A Fertilização in Vitro (FIV) nem sempre é a melhor opção; abaixo, entenda os motivos
Com o avanço da medicina reprodutiva, a crescente decisão de postergar a maternidade, ou simplesmente a dificuldade de gerar de maneira natural, a fertilização in vitro (FIV) tornou-se uma alternativa cada vez mais procurada.
Apesar de sua popularização, o tratamento ainda gera muitas dúvidas. É uma opção que serve para todos? Existem riscos? Quais as chances de sucesso?
Para esclarecer os principais pontos, o Dr. Vamberto Maia Filho, médico ginecologista, obstetra e especialista em reprodução assistida, detalhou o processo. Veja abaixo.
Fertilização in vitro (FIV): principais dúvidas

1. Qual a melhor idade para fazer FIV?
Entender como a fertilidade funciona para ambos os parceiros é essencial. Nas mulheres, a quantidade e qualidade dos óvulos começa a diminuir a partir dos 30 anos e se acentua após os 35.
Por isso, o congelamento de óvulos é uma alternativa recomendada para quem deseja adiar a maternidade com segurança.
2. Como funciona o tratamento de FIV?

A fertilização in vitro é um processo dividido em etapas. A primeira fase é a indução da ovulação, feita com medicamentos hormonais que estimulam os ovários a produzirem mais óvulos.
Em seguida, os profissionais coletam esses óvulos em laboratório e os fertilizam com espermatozoides — eles podem transferir os embriões formados para o útero ou congelá-los para ciclos futuros.
“Atualmente, a maior parte dos ciclos é feita com embriões congelados, pois isso oferece mais segurança para a paciente e evita complicações como a síndrome da hiperestimulação ovariana”, esclarece o Dr. Vamberto.
3. O que é compartilhamento de óvulos e quem pode se beneficiar?

Para mulheres com baixa reserva ovariana, idade avançada ou falência ovariana precoce, a ovodoação pode ser o caminho mais eficaz. Nessa técnica, os óvulos vêm de uma doadora, são fertilizados e transferidos para o útero da receptora.
“O índice de sucesso do compartilhamento de óvulos é semelhante ao da FIV tradicional e chega a 60% por ciclo. É uma alternativa segura e cada vez mais comum, mas exige acolhimento e uma escuta atenta por parte do médico, já que envolve questões emocionais e pessoais profundas”, destaca.
4. Como saber se ainda tenho boa reserva ovariana?
Exames específicos ajudam a avaliar o potencial reprodutivo. Entre eles, o ultrassom para contagem de folículos antrais e o hormônio antimülleriano (AMH) são os mais indicados.
“Quanto mais folículos visíveis no ultrassom, maior a reserva. Já o AMH nos dá uma ideia mais precisa da quantidade de óvulos disponíveis. Esses dados são essenciais para indicar o melhor momento e o tipo de tratamento ideal para cada paciente”, explica o especialista.
5. FIV é sempre o melhor caminho?

Nem sempre. O médico ressalta que existem outros métodos de reprodução assistida de menor complexidade, como o coito programado e a inseminação intrauterina, indicados para casos mais simples.
“A FIV é um tratamento de alta complexidade e costuma ser recomendado quando os outros métodos não funcionam ou quando há fatores como endometriose severa, obstrução tubária ou idade mais avançada”, diz Vamberto. “Cada caso deve ser avaliado individualmente.”