7 marcas de roupa brasileiras que já foram denunciadas pelo uso de trabalho escravo

Marcas de roupa brasileiras já foram flagradas ou denunciadas pelo uso de trabalho escravo para a produção das peças.

Nessas condições, os empregados chegam a receber menos de R$ 6 por cada roupa produzida, vivem em quartos apertados ou na própria fábrica de costura e sofrem ameaças dos patrões.

Alguns funcionários são obrigados a trabalhar em troca de moradia e alimentação, precisam levar filhos para o ambiente de trabalho e, por conta de alguns serem imigrantes clandestinos, são ameaçados de denúncia de deportação.

O lucro dessas grandes empresas, por vezes, é alimentado por uma cadeia de produção criminosa: os fornecedores exploram os costureiros para que a peça se torne mais barata para as marcas e, por fim, ao consumidor, fatores que mantêm o mercado da moda mais lucrativo.

Lista de marcas com trabalho escravo

M.Officer

Em 2016, a M.Officer foi condenada a pagar R$ 6 milhões pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), após oito bolivianos terem sido encontrados na fábrica de produção da marca em condições análogas à escravidão. 

Brooksfield Donna

A Brooksfield Donna também já foi denunciada, em 2016, pelo MPT por irregularidades nas relações de trabalho. Foram encontrados cinco bolivianos, sendo uma menor de idade, trabalhando em oficina de costura da marca sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas. Eles dormiam, segundo matéria do G1, na própria fábrica, ao lado de vasos sanitários e em um ambiente com cheiro forte.

Handbook

Em 2015, a Handbook foi alvo de fiscalização do Governo, que identificou 16 bolivianos submetidos a trabalho escravo em oficinas da marca nacional. O caso está exposto no aplicativo Moda Livre, que classifica as marcas de roupa de acordo com seu comprometimento em monitorar sua própria linha de produção.

Seiki

A loja de moda feminina Seiki, de São Paulo, mantinha 17 bolivianos em jornadas de 12 horas de trabalho e morando no mesmo lugar que trabalhavam. A marca se comprometeu com o MPT a pagar multa de R$ 308 mil e a cumprir a legislação trabalhista em sua linha de produção.

Luigi Bertolli e Cori

Em 2013, uma fiscalização libertou 32 costureiros em condições análogas à escravidão em São Paulo. Os trabalhadores eram da Bolívia e costuravam para a empresa GEP, formada pelas marcas Luigi Bertolli e Cori.

Eles não tinham água potável, tinham que pagar pela alimentação e moravam no local de trabalho. A empresa se comprometeu a pagar cerca de R$ 700 mil em indenizações individuais e verbas trabalhistas aos bolivianos, além de R$ 450 mil por danos morais coletivos. 

Zara

A Zara, marca que tem lojas em vários países, fez um acordo com o MPT em 2011, após o órgão ter encontrado 15 funcionários da fast fashion em condições degradantes. Ela não cumpriu parte do acordo.

Em maio de 2017, o Ministério propôs um novo termo, e constatou que não houve a identificação de trabalho em condições análogas à escravidão nos fornecedores da marca.

Por descumprir outras cláusulas do acordo, entretanto, a Zara foi obrigada a investir R$ 5 milhões em ações sociais.

Monitoramento de marcas com trabalho escravo

O aplicativo Moda Livre, criado pelo Repórter Brasil, monitora 77 grifes e marcas varejistas de moda, avaliando a transparência na cadeia produtiva e o histórico de uso de mão de obra escrava ou não. Ele pode ser baixado em celulares com sistema Android ou iOS.

Como comprar roupas éticas

No próprio aplicativo, há marcas de roupas éticas, isto é, que mantêm transparência na produção e se preocupa com as pessoas e o meio ambiente para fazer roupas. Outra forma de garantir uma indústria da moda mais segura e responsável é comprar de pequenos produtores ou roupas já usadas (assim, se reduz o consumo desenfreado e ainda poupa seu bolso).

A roupa que vestimos: ética e cuidados