Por que alguns animais brilham no escuro em diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil?

Pode até parecer que eles foram alterados geneticamente, mas existem, sim, animais “fluorescentes” por natureza, é só lembrarmos do velho vagalume.

Mas ele não é o único. Os mares e oceanos, por exemplo, são locais que estão recheados desse tipo de animais, e é bem comum que eles deixem as águas com aspecto neon.

Mar brilhante: por que isso ocorre?

O fenômeno que faz as ondas do mar e até a areia ficar com aparência de fluorescente se chama bioluminescência.

Trata-se de uma emissão de luz que funciona como um mecanismo de defesa de determinados organismos, explica Anderson Garbuglio de Oliveira, professor de biologia da Universidade de São Paulo, especializado em bioluminescência.

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Fluorescente x Bioluminescente

Apesar do resultado ser parecido, com aquele aspecto neon, a fluorescência e bioluminescência são fenômenos diferentes.

A fluorescência acontece quando algo reproduz luminosidade à medida que recebe luz. Por exemplo, uma substância que é fluorescente reemite uma outra luz quando é iluminada.

Já bioluminescência é quando um organismo vivo emite luz. Ela pode acontecer em organismos variados (bactérias, fungos, algas, peixes e até insetos).

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Acontece em grande quantidade no ambiente marinho sempre que há uma perturbação na região onde os organismos estão e é tão comum pelo mundo que até já virou serviço turístico.

Mas o efeito pode, inclusive, ser um problema, conta Garbuglio. “Se um militar submarino secreto, por exemplo, passa por uma colônia com organismos bioluminescentes, pode atrapalhar e até entregar a posição dele”.

Apesar disse, ele explica que o fenômeno não é perigoso para a saúde dos seres humanos. “Não é indicado ingerir a água quando está assim, mas não faz mal nadar no mar”, diz o biólogo.

Onde a bioluminescência ocorre?

Pelo mundo, os lugares mais conhecidos são as praias das Maldivas, no sudeste da Àsia, em Porto Rico, em Portugal, e recentemente até no litoral de São Paulo, no Brasil (foto acima).

O efeito também pode ser visto em outros lugares, como por exemplo, por meio de larvas de vagalumes que se alojam em cupinzeiros, no Parque Nacional das Emas, em Goiás, ou no Petar, uma região de cavernas da Mata Atlântica em São Paulo, recheada de fungos bioluminescentes.
 

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