
Hoje em dia as bruxas não passam de personagens fantasiosos: de disfarces de Halloween a fábulas infantis, elas habitam um imaginário em que são consideradas malvadas, cruéis, pagãs.
Na Idade Média, principalmente entre os séculos XV e XVII, elas eram procuradas pela Inquisição na Europa, geralmente acusadas de rogar pragas. Começou, então, uma onda brutal em que muitas delas foram torturadas, espancadas, julgadas e cruelmente executadas.
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Natural que houvesse ‘caçadores de bruxas’ que ganharam reputação disseminando o medo contra quem praticasse algum ato que não fosse considerado ‘cristão’ naquela época.
Confira, a seguir, os 5 caçadores mais conhecidos e temidos:
#5 Alonso de Salazar y Frías

Advogado e sacerdote em Burgos, ele foi membro ativo na Inquisição Espanhola. Era, sem dúvidas, um caçador, mas que se distinguia dos demais: alguns o conheciam como ‘defensor das bruxas’, já que, receoso da histeria que essas caçadas pudessem despertar, analisava tudo de forma fria e calculada. Ele não se conformava com as provas duvidosas com que as autoridades se apoiavam para julgar as ‘bruxas’. Era contra a tortura e não considerava que o testemunho de crianças fosse suficiente para o julgamento. O que as ‘vítimas’ praticavam, em sua opinião, na maioria das vezes, era fruto de superstições devido à falta de cultura, tanto das ‘bruxas’, como dos inquisidores.
#4 Pierre de Lancre

Pierre de Lancre participou de uma das caças de bruxas mais sangrentas da história, que ocorreu no País Basco. Ele foi nomeado pelo então rei da França para acabar de vez com a onda de bruxarias na região de Labourd. Mesmo oriundo de uma família basca, Lancre tinha pouco afeto com essa cultura, porque os considerava ignorantes, libertinos e pouco religiosos. Provavelmente, isso o ajudou a insistir na acusação de bruxaria por boa parte dos habitantes daquela região, executando pelo menos 80 pessoas. Não demorou para que, mais tarde, a sede por sangue de Lancre fosse percebida. Então, rapidamente ele foi substituído de seu cargo.
#3 Roger Nowell

Durante os séculos XVI e XVII, o obscuro período de caça às bruxas assolou a Europa, e a Inglaterra não ficou de fora. Um de seus momentos mais sangrentos foi durante os julgamentos de Pendle Hill, em 1612. Roger Nowell era um ambicioso magistrado da época, disposto a fazer qualquer coisa para subir de cargo. Quando ouviu a história de que um comerciante tinha sido assassinado por uma bruxa, encontrou a oportunidade que precisava: por conta do testemunho de Jannet Device, uma garota de 9 anos, encontraram a acusada e executaram-na. Até aquele momento, crianças com menos de 14 anos não podiam servir como base de acusação, mas tudo mudou depois do que ouviram o que Jannet tinha a dizer. Valendo-se do fato de que o rei tinha particular interesse em executar as bruxas, Nowell aproveitou-se disso e esteve à frente de uma dezena de execuções, incluindo os próprios familiares de Jannet.
#2 Nicholas Rémy

Até onde se provou, Nicholas Rémy foi responsável pela morte de mais de 100 pessoas acusadas de bruxaria, ainda que outros historiadores apontem que ele esteja envolvido em pelo menos 900 assassinatos. Sem dúvidas, este magistrado francês foi um dos mais notáveis caçadores do século XVI. Rémy levava seu trabalho bastante a sério. Além de se dedicar às matanças, chegou a escrever um livro sobre a ‘profissão’, “Daemonolatreiae libri três”, que por muito tempo foi considerado o mais popular ‘manual’ para quem quisesse ‘eliminar’ a bruxaria. Uma de suas teorias dizia que, se um membro fosse culpado, deveria eliminar toda sua árvore genealógica, pois a bruxaria era um problema hereditário.
#1 Matthew Hopkins

Ele teve uma prolífica ‘carreira’ durante a época da Guerra Civil na Inglaterra. Dizia possuir o título oficial de ‘caçador de bruxas’, ainda que muitos relatos sustentem que ele tenha inventado o cargo. Historiadores dizem que Hopkins foi responsável direto pela execução de 300 pessoas acusadas de praticar bruxaria – o que representava 60% de todas as execuções desse tipo em seu país entre os séculos XV e XVIII. Tudo isso em pouco mais de um ano.
Naquela época, era proibido recorrer à tortura para investigar os acusados. Hopkins burlava todas essas imposições, e com métodos bastante ortodoxos, como a ‘privação do sono’ (em que pessoas são submetidas a testes onde não podem dormir), não tinha limites para encontrar a ‘evidência’ que procurava e, assim, julgá-las.