Bolsa de Mulher – Você é mãe da Juliana e da Mariana. Como é teu relacionamento com elas? Você uma é mãe liberal ou tipo mãezona?
EG – Eu sou um misto de tudo. Sou uma libriana, uma pessoa que sempre busca equilíbrio, o caminho do meio, eu nunca vou muito pra extremidades. A gente sempre consegue um jogo legal. Nós somos hiperamigas, graças a Deus. A gente tem um relacionamento que é absurdamente bom, principalmente porque elas são duas mulheres. Somos três mulheres em casa. Elas fazem faculdade, viajam prá lá e prá cá.
BM – Você incentiva a carreira artística de Juliana, tua filha mais velha?
EG – Ela já estreou em São Paulo a peça “Feliz ano velho” e se deu bem pra caramba na estréia, foi aplaudida em cena aberta. Fiquei tão feliz! Eu incentivo muito, mas eu sempre esperei que elas escolhessem as coisas que elas queriam fazer. As duas estudam na PUC, uma faz história e a outra faz geografia. Uma quer ser cantora e atriz e a outra faz cinema, quer ser documentarista.
BM – Como é a relação delas com o Paulo Betti?
EG – Ótima, o Paulo é um excelente pai.
BM – E a relação dele com você?
EG – É ótima, graças a Deus. Ele é um excelente ex-marido. Ele é meu amigo.
BM – Como é a tua rotina?
EG – Existem duas rotinas: a ideal e a de quando estou trabalhando muito. A ideal é acordar às 9 horas da manhã, tomar um bom café, ler os jornais e fazer ginástica em casa às 11 horas.
BM – Você tem personal trainer?
EG – Tenho uma professora maravilhosa. Ela vai em casa diariamente às 11 horas. Ao meio-dia termina e tomo um banho. Faço ginástica localizada braba. Faço peso, de tudo um pouco, ela não repete aula, isso que é gostoso porque não enjoa. São seis quilos em cada perna e em cada braço.
BM – Você faz dieta?
EG – Eu como de tudo. Como um ótimo café da manhã, um excelente almoço e não janto. Bebo também muita água e como muita fruta e salada. Olha, no almoço vale até lingüiça, feijão, arroz, o que tiver. É aquela coisa: café da manhã de rainha, almoço de princesa e jantar de mendiga. À noite é um iogurte, uma fruta. Tomo água se eu sentir fome. Pra mim esse esquema é a melhor coisa, durmo bem pra caramba e não engordo.
BM – O que é a beleza?
EG – Tem vários tipos de beleza: beleza física, beleza de caráter, beleza de inteligência… São tantas, né?
BM – Quais são teus hobbies?
EG – Adoro ir ao cinema ou ver vídeo em casa. Eu sou muito caseira. Eu tenho um forno de pizza lá em casa, as pessoas vão lá e a gente fica inventando o sabor.
BM – O que você está lendo?
EG – Eu tenho uma leitura tão eclética. Eu vou começar hoje o novo livro do Rubem Fonseca, “Secreções, excreções e desatinos” (Companhia das Letras, R$ 21,00) . Fora isso, estou lendo muita poesia, acabei de declamar poesia na livraria Letras e Expressões, em Ipanema. Eu queria ler umas poesias do Eugênio de Andrade, um poeta português, aí comprei uma antologia dele. Estou completamente apaixonada pelo livro, passei o dia inteiro lendo.
BM – Como anda o coração?
EG – Vai bem (risos). Estou namorando mas não quero falar sobre isso porque o negócio é muito novo.
BM – Você gosta de se sentir apaixonada?
EG – É uma maravilha. Seria tão bom se a gente conseguisse viver assim o tempo todo.
BM – O que você aprendeu com o relacionamento com o seu ex-namorado Ernani Júnior, dezoito anos mais novo que você? Um homem mais novo pode acrescentar algo em nossas vidas?
EG – Eu não sei, não penso muito por esse ponto de vista. São coisas que acontecem na vida. Foi um relacionamento ótimo, uma maravilha, acho que foi a coisa certa no momento certo, entendeu? Eu estava saindo de um casamento, a coisa estava meio pesada e uma relação com uma pessoa mais nova deu uma leveza. Embora essa leveza não seja necessariamente porque eu estava com uma pessoa mais jovem. É sempre bom você se apaixonar. Foi ótimo e durou bastante mas eu, no fundo, sabia que queria uma pessoa da minha idade. Eu sou mais de relacionamento entre pessoas da mesma faixa. O problema referencial é muito forte, sabe? É legal você poder falar de coisas que o outro já viveu, ter coisas comuns, isto é, todo mundo aos 15 anos gostou dos Beatles, aos 20 leu Garcia Marques…Isso faz parte da história da gente e é gostoso você encontrar uma pessoa que também viveu esse momento.
BM – Teu namorado é ator?
EG – Não. Ele é um intelectual, é uma pessoa sensibilíssima, uma pessoa adorável.
BM – Qual teu maior defeito?
EG – Acho que é a insegurança, gostaria de ser mais segura. Todo mundo acha que sou uma mulher fortíssima e seguríssima, mas eu não sou. Eu sofro muito com a insegurança. Acho que preciso muito de evidências para entender que as coisas estão acontecendo mesmo. Eu gostaria de ser mais segura, mais confiante.
BM – Você faz análise?
EG – Já fiz, mas não estou fazendo agora.
BM – Você se acha uma mulher sensual?
EG– Acho (risos).
BM – A menopausa é um peso ou uma carta de alforria na vida das mulheres?
EG – Ah, eu não sei. Estou numa vida absolutamente normal, penso ainda em ter filhos. Às vezes me dá essa vontade ainda, sabe? Parece aquela coisa que está acabando e eu gosto tanto de criança. Ainda tenho vontade mas não sei se isso vai acontecer ou não.
BM – Como é a tua religiosidade?
EG – Eu não sou católica, não tenho religião mas eu tenho uma busca grande, uma coisa de auto conhecimento, eu busco muito na psicanálise, na ciência. Hoje está havendo um casamento tão grande de ciência e religião. Eu me afino muito com as leituras de Leonardo Boff, com esse tipo de coisa. Eu acho que sou uma pessoa que acredita na evolução, acredita em se construir, acredita em se melhorar. Sou uma pessoa sempre muito atenta para me melhorar a cada dia. Não gosto de me deter, de ficar paralisada em problemas, quero buscar logo soluções e crescer. Procuro enxergar um aprendizado nas coisas.
BM – Você acredita na reencarnação?
EG – Não, não acho que seja dessa forma. Isso tudo é um grande mistério. Eu não me preocupo se existe ou não, estou me preocupando com essa vidinha aqui.