Ano Novo chegando e é hora de fazer planos para o futuro. O clima de Réveillon é propício às simpatias e aos pedidos de realização dos nossos desejos. Então, se você anda querendo aumentar a família, essa é a hora de fazer a torcida, cruzar os dedos, pular sete ondas no mar, guardar três sementes de romã na carteira. Tudo é válido! Quem anda na fila de espera da maternidade sabe muito bem o que é isso…
Há dez anos, a bióloga Andréa de Oliveira Calzzani, de 36 anos, tenta engravidar. Portadora da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) – uma disfunção que causa ciclos ovulatórios irregulares – ela já tentou inúmeros tratamentos, mas a cegonha ainda não deu sinal. A bióloga não esconde a frustração: “É muito estressante a medicação, os falsos positivos, as idas ao médico, os exames, enfim, toda essa luta. Nesse longo período de tentativa houve muitas paradas, cansaço, dúvidas, medos, e angústias”, confessa Andréa que, às vezes, questiona: “Tanta gente aborta, joga seus filhos no lixo, não valoriza a dádiva de ser mãe. Por que eu?” Para ela, a maternidade tem um significado mais do que especial. “Ser mãe não e só colocar um filho no mundo. É ensiná-lo e ajudá-lo a se tornar uma pessoa de bem, de caráter. É formar um indivíduo e prepará-lo para a vida. Filhos são nossa continuidade. Com eles nos tornamos ‘imortais'”, afirma.
Ser mãe é a coisa mais sublime, linda e perfeita que existe. Gerar um filho, cuidar dele, protegê-lo e educá-lo é um dom divino. A forma do mais puro amor. Amor verdadeiro, sincero e incondicional
Companheira de luta de Andréa, Mariana Guerra*, 32 anos, tenta engravida há quase cinco anos, mas o sonho da maternidade vem de menina. “Aos nove anos, quando me perguntaram o que eu gostaria de ser quando crescer, respondi: – ‘mãe’! Nunca quis ser outra coisa. Sonhei com isso a vida toda. Amo crianças! Já fui babá, criei minha irmã, afilhados e sobrinhos”,confessa. Para ela, “ser mãe é a coisa mais sublime, linda e perfeita que existe. Gerar um filho, cuidar dele, protegê-lo e educá-lo é um dom divino. A forma do mais puro amor. Amor verdadeiro, sincero e incondicional”. Por isso, ela admite que ao ver as mamães na rua, nem sempre consegue segurar o coração. “É muito frustrante. Quando encontro uma mulher grávida, quero muito sentir o que ela está sentindo. E, por isso, me sinto impotente e cheia de dúvidas. Até quando vou ter que esperar para chegar a minha vez?”, indaga.
A conquista