Diferença entre gás de cozinha e gás para carros

Na nossa rotina corrida – e concorrida!, muitas vezes usufruímos de um benefício sem sequer nos darmos conta do que está por trás. Por exemplo, fazer uma feijoada para os amigos. Você liga o fogo, coloca o feijão para ferver, sal, pimenta, folhas de louro, cominho, doura no alho e na cebola um naco de toucinho, a linguicinha calabresa que o seu namorado tanto gosta, costeleta de porco, bota tudo na pressão e, hum, vai cortar a couve porque feijoada sem ela não parece completa.

Nos pequenos detalhes mora o sucesso do seu almoço. “Aperitivos, música e risadas não podem faltar”, você pensa, enquanto prepara a farofa. E é só quando a válvula da panela começa a apitar que, ao baixar o fogo, você olha para a chama azul e, como se nunca a tivesse visto, se pergunta: do que é feito e como funciona o gás de cozinha? “Gás é o que não pode faltar!”, você exclama, enquanto o seu namorado lhe abraça por trás e rouba um pepino da compota uma azeitona da salada, sem entender nada.

Calma, a gente explica. Explica tudinho. Como funciona o gás que chega na sua casa, do que é feito e até a diferença entre ele e o que abastece o seu carro. Assunto para a próxima feijoada, sim, vai sobrar!

O que é GLP?

O Gás Liquefeito de Petróleo – GLP ou Gás LP, também conhecido como gás de cozinha, é resultado do refino do Petróleo. Composto da mistura de gases hidrocarbonetos, principalmente propano e butano, tem excelente qualidade de queima e baixo impacto ambiental. Ou seja: não polui o meio ambiente enquanto você cozinha.

À temperatura ambiente e submetido a pressões específicas, o GLP se apresenta na forma líquida, o que facilita o transporte e armazenamento em recipientes apropriados e o uso domiciliar ou a granel. Ao ser exposto à pressão atmosférica, vira gás.

É um produto que em sua composição há elementos a base de enxofre para que você possa identificar um vazamento com facilidade. Uma curiosidade: na fase líquida, é menos denso do que a água. Portanto, quando em contato com qualquer corpo d’água, o GLP vai permanecer na superfície. Já na fase gasosa, o GLP é mais denso do que o ar: em caso de vazamento, vai ocupar sempre os locais mais baixos (ralos, pisos, canaletas etc).

A origem do GLP

O GLP consumido no Brasil provém em sua maior parte do refino do petróleo. Dele são extraídos gases combustíveis, gasolina, solventes, querosene, óleo diesel e um óleo pesado que, quando aquecido, resulta no chamado “gasóleo”. Ao ser submetido a catalisadores químicos esse composto é transformado em GLP.

Outro processo da extração do gás liquefeito de petróleo acontece nas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN), onde, por exemplo, petróleos mais leves geram derivados como gases combustíveis, GLP e gasolina. E dos mais pesados, nascem o óleo combustível ou e o asfalto.

Da refinaria até o consumidor, o GLP percorre um longo caminho, envolvendo processos de transferências e estocagem.

Veja AQUI o caminho do GLP.

Aplicações do GLP

Além do uso doméstico do GLP envasado em botijões ou em centrais nos condomínios, há várias aplicações do GLP a Granel. Na indústria é usado no aquecimento de fornos, fundição de vidro, na secagem de tintas automotivas, tecidos têxteis e papéis, para movimentação de empilhadeiras, entre outros usos.

No comércio (restaurantes, cozinhas industriais, supermercados, lavanderias, hospitais etc) é fundamental para o preparo de alimentos, aquecimento de água, climatização de ambientes, secagem de roupas, esterilização de objetos e muito mais.

Não poderíamos deixar de citar a importância do GLP no segmento agrícola: para secagem de grãos e hortaliças, além de ser muito usado em estufas e silos secadores e até no aquecimento de pintinhos em aviários.

Há também aplicações especiais como o PUROGAS*, um GLP especial sem odor, sem umidade e compostos controlados que serve como propelente para o segmento de aerossóis, além do FLEXGAS*, uma tecnologia que combina GLP com ar, para ter a mesma quantidade de energia que o Gás Natural, e tem aplicação em indústrias.

(*)PUROGAS e FLEXGAS são marcas registradas da Liquigás, a empresa de distribuição de GLP do Sistema Petrobras.

Muito bem. Você está quase uma expert no assunto até que alguém da roda de amigos pergunta: “Mas esse gás aí é o mesmo que a gente usa para abastecer o carro?”. Se fosse igual, não precisava de postos de abastecimento, você deduz. Mas não sabe explicar a diferença. Quer dizer, não sabia.

Gás Natural Veicular (GNV)

Diferentemente do líquido GLP, constituído, como vimos, de propano e butano, o Gás Natural Veicular é uma mistura de carbono e hidrogênio que, na temperatura ambiente e na pressão atmosférica, permanece no estado gasoso com características para ser utilizado como combustível. Um combustível muito seguro, é bom dizer.

Os cilindros de armazenamento do Gás Natural passam por testes rigorosos e são certificados pelo Inmetro. Feitos de aço, sem emendas nem soldas, sua resistência a choques e colisões é bem maior que as dos tanques de gasolina ou álcool. Possuem redutores de pressão, válvulas de alívio e de excesso de fluxo e sistema de ventilação, criteriosamente projetados para garantir segurança no uso. Geralmente, o cilindro é instalado no porta-malas do veículo.

Eco-friendly

O meio ambiente é fã número um do GNV. Um veículo convertido ao Gás Natural Veicular reduz em 70% seus poluentes em relação à gasolina, pois a queima é mais limpa. Outra vantagem é que o seu carro passa a ser bi-combustível, ou seja, pode usar o gás ou o combustível original.

E mais: como o Gás Natural é mais leve que o ar, se dissipa rapidamente na atmosfera, reduzindo qualquer risco de explosão ou incêndio.

Explosão, só de alegria, agora que sua feijoada ficou pronta. Bom apetite!

Veja AQUI uma deliciosa receita de FEIJOADA

Fontes:

Site Liquigás – http://www.liquigas.com.br

Site BR – http://www.br.com.br