O Dia Internacional da Mulher é marcado pelas manifestações femininas na luta pelos seus direitos. Quase um século já se passou desde que um grupo de tecelãs russas entrou em greve em busca de melhores condições de vida e trabalho, no dia 8 de março de 1917. No Ocidente, a data foi esquecida e só foi retomada na década de 60 pelo movimento feminista. Foram muitas as lutas: direito ao voto, proteção contra a violência doméstica, licença maternidade, salários iguais, e diversas outras formas de discriminação. Até que em 1977 a ONU (Organização das Nações Unidas), adotou oficialmente o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
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De lá pra cá, muita coisa já mudou. As mulheres passaram a ocupar cada vez mais posições de chefia e liderança. Alguns países, incluindo o Brasil, são comandados por mulheres, assim como grandes empresas. À frente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, atual presidente da empresa, vem traçando uma trajetória marcada pela rigidez no cumprimento dos prazos e metas, incluindo corte de custos e mudanças de diretores. CEO do Yahoo!, Marissa Mayer foi contratada aos seis meses de gravidez, abriu mão da licença maternidade, e é considerada uma das mulheres jovens mais poderosas do mundo.
Tudo isso se deve não só às mudanças pelas quais a sociedade vem passando, mas também à postura feminina, que apresenta características comportamentais como maior habilidade para interações, comunicação e negociação, boa capacidade para ouvir, para delegar, além de serem mais amáveis e terem uma percepção mais abrangente do ambiente e das relações humanas. “As mulheres são multitarefas e se detém em mais detalhes que os homens. Possuem capacidade e talento para gerir equipes, maior poder de negociação e se preocupam em ter um ambiente positivo para a produtividade. Mas algumas empresas possuem estilo de liderança e gestão mais pragmático e mais em consonância com o perfil masculino. Talvez por esse motivo ainda exista resistência a promover a liderança com perfil feminino”, afirma a psicóloga e coaching de carreira Cristiane Moraes Pertusi.
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, gerenciar uma equipe que tenha homens não é, necessariamente, tarefa mais difícil. “Ainda há homens que se sentem inferiores ao lidar com uma chefe do sexo feminino. Mas com certeza há maior sentimentos de ‘inveja’ e de estranhamento das funcionárias mulheres, já que ainda há maioria de gestores e lideres homens. Tudo vai depender também das características e da cultura da empresa, que pode gerar maior ou menor facilidade para a gestão e a liderança feminina”, diz.
Seja qual for a situação, a melhor forma de agir é mesclando características femininas e masculinas. Agir com delicadeza, mas manter o foco em resultados pragmáticos. “Cada vez mais o mercado necessita de lideranças com diferenças nas atitudes e ações que são muito visíveis para quem teve a oportunidade de trabalhar com ambos os sexos. Algumas diferenças existem quanto ao planejamento e estrutura dos projetos, a tomada de decisão, a maneira de contratar, promover e demitir, a forma de apresentar e desenhar treinamentos e na estratégia criada para a área. Mas a mudança dos mercados requer cada vez multiplicidade de competências e estilos comportamentais”, afirma.
Mesmo com todas as mudanças sofridas pela sociedade e com os quadros de sucesso que mostram que as mulheres são capazes e comandar grandes postos, há aquelas que, mesmo qualificadas, ainda têm receio de assumir cargos de liderança. Segundo a coaching, isso acontecem por não estarem apropriadas de suas reais competências e por não se sentirem preparadas para assumirem o desafio. “É importante que as mulheres busquem trabalhos de auto-desenvolvimento, como aconselhamento de carreira, para que possam se fortalecerem e se sentirem cada vez mais capazes de buscar e assumir posições de liderança”, sugere.