Falar bem em público é uma arte. As pessoas que dominam a técnica são capazes de prender a atenção da plateia, despertando seu interesse para qualquer assunto. O discurso bem feito é aquele que cumpre o seu objetivo, ou seja, é capaz de transmitir a mensagem de forma clara. Para que isso aconteça, os recursos não verbais, como gestos, postura e expressões faciais, são mais importantes do que a fala em si.
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Todos nós conhecemos aquele professor que tem um conhecimento imenso, mas não é capaz de ensinar a matéria aos alunos e frequentemente tem dificuldade em manter o foco da classe. Isso porque, para o interesse e entendimento do público, o modo como falamos algo é mais importante do que o assunto em si.
Segundo a life coach Cibele Nardi, o primeiro obstáculo que aparece para a maioria das pessoas que vão se apresentar publicamente é o medo de ser julgado. “Esta dificuldade aparece normalmente quando há um conflito de autoestima. Quando não tenho clareza do que sou, do valor que tenho, tenho a tendência de imaginar que as pessoas estão pensando algo negativo sobre mim”, esclarece. “Ela também pode ser fruto de uma convicção já estabelecida. Acredito que, se falhei em uma situação anterior, posso falhar de novo”, completa a profissional.
O “medo de palco” muitas vezes se dá pelo receio de ser julgado, diz especialista (Thinkstock)
Para desviar desses medos e conseguir fazer uma apresentação de sucesso, é preciso seguir alguns passos a fim de adquirir maior confiança. A especialista lista os principais segredos:
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Conheça o assunto
“É imprescindível ter 100% de domínio do assunto que será tratado. Não adianta falar em público se você não tem conhecimento sobre o tema”, afirma Cibele. Isso garante maior segurança no momento da fala e reflete, inclusive, na postura e no modo de falar, o que atrai o interesse da plateia.
No entanto, evite decorar o discurso, pois, além de correr o risco de esquecer tudo na hora H, você pode soar artificial e acabar não transmitindo sua mensagem de forma eficaz.
Aceite opiniões contrárias
As pessoas podem nem se manifestar sobre a sua apresentação, mas, já de antemão, você se preocupa se elas irão discordar de você, ainda que mentalmente. “Tenho medo de que as pessoas me julguem, me repudiem. Preciso ter em mente que sou diferente dos outros e que não sou obrigado a pensar e fazer coisas como eles”, diz a life coach. “O que tenho de fazer é dominar bem o tema e entender que as pessoas irão absorvê-lo de formas diferentes. Umas vão concordar, outras não, mas é importante saber que isso não é pessoal, é apenas uma questão de divergências de ideias”, completa.
Olhe para o público
“É importante que as pessoas sintam que há uma troca. Se estamos todos olhando para o palestrante, e ele não nos olha de volta, fica uma coisa fria”, afirma a especialista.
No entanto, não fique tentando adivinhar o que as pessoas estão pensando de acordo com suas expressões faciais. Concentre-se na sua apresentação e percorra o olhar pela plateia para que todos se sintam incluídos.
Dica: para quem é muito envergonhado ou inseguro, Cibele aconselha ater-se às pessoas da plateia que demonstram atitudes positivas. “Não fique olhando muito para quem está apático. Se apegue àqueles que estão sorrindo, concordando com a cabeça e com ar de quem está gostando da palestra, além de olhar, também, no âmbito geral”, sugere.
Anote os pontos-chave
É importante ter algo para guiar sua apresentação e evitar que você se perca. Cibele indica o uso de Power Point. “Não descreva tudo o que vai ser abordado no discurso, mas destaque os itens principais”, aconselha.
Use recursos para guiar o público e a si mesma e procure manter contato visual com toda a plateia (Thinkstock)
Movimente-se naturalmente
A postura conta muito para a plateia, ainda que de forma inconsciente. Ficar de pé e fazer movimentos naturais com as mãos e até andar um pouco é positivo, pois torna o discurso menos robotizado e mais próximo do dia a dia. “Porém, nem tanto céu, nem tanta terra. Ficar estático é ruim, mas fazer muitos movimentos cansa a plateia, que tem de ficar virando a cabeça para acompanhar o palestrante no palco. Um certo movimento, suave, é interessante”, ensina a especialista.
Seja honesto com o público
Se você não tem a resposta para uma pergunta, é melhor assumir com humildade. “É muito mais bonito e íntegro do que tentar enrolar a plateia. Diga que não tem a resposta, mas que irá pesquisar e enviar a informação por e-mail posteriormente, caso a pessoa tenha interesse”, aconselha Cibele.





