Parto domiciliar: como funciona? Parteira explica

As mulheres estão novamente optando por ter seus filhos em casa. O ambiente domiciliar traz a vantagem de ser confortável e dar segurança à gestante, que se torna protagonista do nascimento. Por outro lado, ainda existe o receio de que ocorram intercorrências e o socorro demore. Não sabe qual a melhor opção a fazer? Entenda antes como é feito o parto domiciliar e para quem ele é uma opção.

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Como é feito parto domiciliar 

O parto domiciliar, como o próprio nome já diz, acontece na casa da gestante e pode ser acompanhado por familiares, amigos ou qualquer pessoa que a mulher queira por perto. “É importante apenas que se busque um ambiente tranquilo e acolhedor para que ela se sinta à vontade e segura”, explica parteira Marcia Koiffman, da Casa Moara.

O parto em casa é resultado de um pré-natal feito, geralmente, com o acompanhamento de enfermeiras obstetras, obstetrizes e/ou doulas.  Médicos também podem participar, mas sua presença não costuma ser tão comum. Apesar disso, os exames da gestação e o pré-natal médico devem ser feitos para garantir que tudo está correndo bem.

Durante o trabalho de parto, parteiras e doulas ajudarão a parturiente a lidar com as contrações, a dor e a espera ativa pelo nascimento do bebê. Métodos como massagem, relaxamento, alongamento, caminhada, entre muitos outros, podem ajudar.  Na hora do nascimento, o suporte continua e a mulher tem a liberdade de escolher a posição que quiser – pode ser de pé ou de cócoras, por exemplo.

Depois do parto a equipe fará o exame físico completo do bebê e também avaliará o estado de saúde da mãe.

Quem pode fazer? 

A parteira Marcia explica que gestantes consideradas de baixo risco, com gravidez sem nenhuma intercorrência, complicação ou doença associada e pré-natal em dia estão aptas a um parto domiciliar. Apenas o parto normal é feito em casa.

É seguro?

“Há estudos que comprovam que partos domiciliares são tão seguros quanto partos hospitalares, com a vantagem de indicarem um maior índice de satisfação das famílias”, explica a parteira Marcia Koiffman, da Casa Moara. Mas é importante que sejam respeitadas as indicações e ausência de riscos gestacionais.

Uma preocupação comum costuma ser a de que o hospital é um ambiente estéril e a casa não. Mas vale lembrar que hospitais têm bactérias super resistente e as de casa são mais brandas. Não é necessária nenhuma esterilização ou limpeza especial para o parto domiciliar.  

E se tiver alguma emergência? 

Marcia Koiffman explica que as equipes que atendem partos domiciliares estão capacitadas e munidas de materiais e equipamentos de emergência para o pronto-atendimento. Entre eles: luvas, material de sutura, cateter de punção nervosa, cilindro de oxigênio, doppler fetal (um aparelho de ultrassom que permite  examinar o bebê na barriga), balança, estetoscópio, entre outros itens.   

“Além disso, é condição primordial para o atendimento ao parto domiciliar que haja uma maternidade de referência a uma distância de até 30 minutos”, explica.  “Sendo assim, as equipes trabalham com uma margem de segurança bastante significativa, transferindo a parturiente para a maternidade de referência com tranquilidade, sem que haja intervenção em domicilio”.