Para muitas mulheres que têm as madeixas longas, cortar o cabelo já é desesperador. Imagine, então, a dose de incentivo (e coragem!) necessária para uma mulher de 42 anos ficar totalmente careca?
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Parar de fazer alisamento
A cantora mineira Fernanda Nunes, que mora em Piracicaba (SP), deu uma grande virada no seu jeito de lidar com os seus fios. Cansada de depender de chapinha e processos químicos de alisamento, ela, que tem o cabelo naturalmente crespo, decidiu raspar a cabeça. O objetivo era se livrar de toda a química presente nos fios e deixá-los crescer novamente, 100% naturais e “virgens”, técnica conhecida como “big chop”.
Apoio da família
Mas a história tem um detalhe muito fofo: assim que avisou a família que tomaria esta atitude, seus três filhos pequenos, que moram com ela, também rasparam o cabelo!
Dois deles, Pedro, 7, e Nathalya, 6 anos, são sobrinhos que ela tem como filhos de criação. A irmã de Fernanda é dependente química e não tem condições de cuidar dos pequenos. Já Octávio, de 12, é seu filho adotivo.
Foi a pequena Nathalya que fez o maior “escândalo” para entrar na onda da mãe e cortar o cabelo. No total, Fernanda é mãe de sete, adotados ou criados por ela. “Assim que ela me viu careca, começou a chorar e disse ‘quero o cabelo igual o da mamãe’”, conta Fernanda, que está fazendo um curso de cabeleireiro e também alisava o cabelo da filha.
Pedro tinha os cabelos lisos e loiros, e topou na hora a transformação, assim como Octávio.
A foto dos quatro com as cabeças raspadas foi publicada no Facebook e gerou mais de 9 mil curtidas e comentários de internautas dizendo a Fernanda que ela é “guerreira, corajosa e linda”.
Big chop: o que é e por que fazer?
O corte que Fernanda fez, literalmente na raiz, é conhecido no processo de transição capilar como big chop (o grande corte). Com esse procedimento, é eliminado todo o cabelo que contenha química, deixando somente o natural.
A técnica é escolhida por mulheres que querem fazer a transição de uma vez, sem precisar cortar as pontas do cabelo aos poucos até que ele esteja completamente livre de química. Isso porque, durante este processo de transição, que pode durar meses, geralmente é preciso lidar com duas texturas muito diferentes dos fios – a raiz natural e as pontas alisadas –, o que é trabalhoso para muitas mulheres.
A motivação da cantora é comum a muitas mulheres que fazem o caminho de volta nos cuidados capilares: deixar de ser escrava de tratamentos químicos.
“É igual abandonar namorado ruim. Se eu não me libertasse agora, não ia me libertar mais.”
Fernanda conta que desde pequena passou por técnicas de alisar o cabelo, nem sempre saudáveis. “Minha avó passava pente quente para alisar, vaselina, etc.”, lembra. Ela também fez tranças e, recentemente, usava Mega Hair e, quando a raiz crescia, fazia escova todos os dias. Antes de raspar, estava há três meses sem fazer alisamento.
“Assim que o cabeleireiro passou a máquina zero na frente da minha cabeça, comecei a me achar bonita.”
Ela conta que pessoas que seguem sua carreira e mais duas filhas adotivas, de 22 anos, que moram em São Paulo, também rasparam a cabeça em apoio à libertação capilar.