Quando uma mulher é assediada nas ruas, muitos dizem, erroneamente, que a causa teria sido da roupa que ela usava. No entanto, não é o comprimento das saias que faz com que os homens cometam assédio. A história da americana Christen Brandt exemplifica isso.
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Entenda o caso
Ela foi abordada a caminho do metrô de Nova York por um desconhecido, que disse que ela tinha pernas lindas. Ela o ignorou e ele se aproximou ainda mais, andando atrás dela, repetindo a frase e cobrando atenção.
Fundadora da ONG “She’s the First” (Ela é a primeira), que trabalha com o empoderamento feminino, Chirsten se incomodou com a situação e publicou um desabafo em seu Facebook. O texto viralizou, com mais de 45 mil compartilhamentos e mais de 80 mil curtidas. “A próxima vez que você quiser saber se sua saia está muito curta, lembre-se desta foto”, disse.
Crítica ao assédio sexual
A publicação foi feita de forma irônica, para mostrar que o problema nos casos de assédio não está nas roupas que as mulheres usam. No caso de Christen, ela saiu de casa usando um casaco longo sobre uma legging e botas de cano longo, deixando à mostra apenas parte das pernas, na altura do joelho. Leia o post completo:
“Isto é o que eu estava usando esta manhã quando fiz meu caminho até uma estação de metrô lotada na 34th Street e um homem que passou por mim disse: “Você tem ótimas pernas”. Quando eu o ignorei e continuei andando, ele se virou para me seguir e chegar mais perto, enquanto eu estava me afastando. “Você me ouviu, querida? Eu disse que você tem pernas bonitas. Obrigado.”
Foi o “obrigado” que me pegou. Como se minhas 5 polegadas (cerca de 12 cm) de pele/legging estivessem lá para ele, como um presente embrulhado em calças marrons, existentes no mundo para ele apreciar ou não.
Da próxima vez que você quiser saber se sua saia é muito curta, da próxima vez que você pedir à sua filha adolescente para mudar de roupa, ou da próxima vez que você ouvir sobre os códigos de vestimenta nos noticiários, lembre-se desta foto. Estou com parka e bota. E isso não importa.
Todas as mulheres têm esses momentos. Todas nós. E ainda assim o mundo age como se fosse um problema nosso para corrigir. Estou cansada de lidar com isso.”