Todos os anos o Museu de História Natural, de Londres (Reino Unido), promove um concurso global para selecionar as mais belas fotografias registradas do mundo selvagem, incluindo animais e plantas. O prêmio Wildlife Photographer of the Year foi fundado pela BBC Wildlife Magazine em 1965 e assumido pelo museu em 1984 – hoje, é o único organizador da premiação.
Foram inscritas aproximadamente 50 mil imagens capturadas por fotógrafos profissionais e amadores de 92 países. E o Museu de História Nacional já selecionou os 13 finalistas, que estão exibidos nesta matéria. Os vencedores serão anunciados no dia 17 de outubro em um cerimônia no salão de premiações do museu. As imagens ficarão expostas em Londres e depois partirão para uma turnê no Reino Unido e, depois, por outros países da Europa.
Veja as 13 imagens escolhidas e as histórias por trás delas:
Abraço de urso
Depois de pescar mariscos na maré baixa, esta urso marrom mãe levou seus filhotes de volta ao prado nas proximidades da praia. Mas um deles só queria brincar. Foi o momento que Ashleigh Scully estava esperando. A fotógrafa chegou ao parque nacional Lake Clark, no Alasca, com a intenção de fotografar a vida familiar de ursos pardos. E conseguiu esta imagem de uma família feliz.
Os invasores
Enquanto mergulhava no Estreito de Lembé, no norte de Sulawesi, na Indonésia, Qing Lin notou algo estranho sobre esse grupo de peixe-palhaço. Cada um deles tinha um par extra de olhos dentro de sua boca – os de um isópode parasita. Um isópode entra em um peixe como uma larva, através de suas brânquias, move-se para a boca do peixe e se prende com as pernas na base da língua. À medida que o parasita suga o sangue do seu hospedeiro, a língua se seca, deixando o isópodo ligado em seu lugar, onde pode permanecer por muito tempo.
Pausa no inverno
O esquilo vermelho fechou os olhos por apenas um momento, juntou as patas e esfregou a pele, e depois retomou a busca de comida. Mats Anderson anda todos os dias na floresta perto de sua casa no sul da Suécia, muitas vezes parando para assistir os esquilos que se alimentam nas árvores de abeto. Embora a dieta principalmente vegetariana desses animais seja variada, sua sobrevivência no inverno está ligada a uma boa safra de grãos e nozes.
O poder da matriarca
Ao anoitecer, na Reserva Nacional do Maasai Mara do Quênia, David Lloyd esperou a manada de elefantes na sua caminhada da noite até um poço de água. À medida que se aproximavam de seu veículo, ele podia ver que a luz suave do sol que se concentrava rapidamente enfatizava todas as rugas. Os leões se aproximaram em quase silêncio, pacíficos e relaxados. A fêmea que liderava o rebanho – era provavelmente a matriarca – olhou diretamente para ele e assim nasceu esta imagem.
Aula de natação
“Ainda estávamos a poucos metros da superfície, quando ouvi uns ruídos estranhos”, conta o fotógrafo Laurent Ballesta. Era início da primavera no leste da Antártica, e uma mãe estava apresentando seu filhote à água gelada. O mamífero é uma foca-de-Weddell e levava o filho para nadar duas semanas após seu nascimento. Laurent capturou o olhar do bebê foca, acompanhado de perto pela mãe.
Surfista de esgoto
O fotógrafo Justin Hofman observou o nado de cavalos-marinhos no recife perto da Ilha de Sumbawa, na Indonésia. Mas quando a maré começou a entrar, tudo mudou. A água continha objetos descartados – principalmente pedaços de plástico – e uma onda de lodo de esgoto cobriu a superfície.
O cavalo-marinho soltou um pedaço de alga marinha e pegou um longo pedaço de plástico transparente. À medida que um vento forte na superfície aumentava, tornando as condições mais difíceis, o cavalo marinho aproveitou algo que oferecia uma travessia mais estável: um cotonete.
Selvagem, mas preso
A perna traseira desse filhote de tigre de Sumatra, de seis meses de idade, foi tão lesionada por uma armadilha que teve que ser amputada. Ele teve a sorte de sobreviver por quatro dias antes de ser descoberto em uma floresta na Província de Aceh, na ilha indonésia de Sumatra.
A população de tigres de Sumatra é baixa, entre 400 e 500 animais (a população mundial de todos os tigres selvagens não passa de 3.200). Este filhote fotografado por Steve Winter passará o resto de sua vida em um zoológico de Java.
As torções do saguaro
No Monumento Nacional do Deserto Sonoran do Arizona, nos EUA, estes cactos de saguaro tem até 200 anos de idade e podem chegar a mais de 12 metros. Vivendo perto do deserto, Jack Dykinga pode conhecer vários cactos que prometiam composições interessantes. “Este me permitiu entrar diretamente entre seus membros”, disse. Quando a suave luz do amanhecer tocou a planta, o grande ângulo de Jack capturou cada detalhe de seus braços.
Romance entre anjos
Andrey Narchuk estava em uma expedição no Mar de Okhotsk, no extremo oriente russo, e sua intenção neste dia era fotografar espécies de salmão. Mas assim que ele pulou na água, se encontrou cercado por milhares de borboletas-marinhas em fase de acasalamento.
Conseguiu, então, capturar o namoro de animais de 3 centímetros de comprimento e girando na corrente. Cada indivíduo é masculino e feminino, e aqui eles estão se preparando para inserir seus órgãos copuladores um para o outro para transferir o esperma em sincronia. Andrey observou que permaneceram juntas por 20 minutos.
Entrega resplandescente
Tyohar Kastiel escolheu uma árvore na floresta de San Gerardo de Dota, na Costa Rica. Então, ele chegaria antes do amanhecer, sentaria no mesmo lugar e usaria a mesma jaqueta por dias. No oitavo dia, notou que os pais alimentaram passarinhos ao amanhecer, como de costume, mas depois não retornaram por várias horas. Às 10h da manhã, os filhotes estavam chamando vorazmente e Tyohar começou a se preocupar. Então aconteceu algo maravilhoso. O macho chegou com uma fruta selvagem no bico e os filhotes voaram até ele para capturar a comida – e depois voaram juntos pela floresta.
O vislumbre da lince
A fotógrafa Laura Albiac tinha visto muitos animais selvagens da Espanha, mas nunca o lince ibérico, um felino em risco de extinção encontrado apenas em duas pequenas populações no sul da Espanha. Ela viajou para o Parque Natural da Serra de Andújar em busca do lince, e teve sorte no segundo dia: um par deles estava relaxando não muito longe da estrada. Laura observou durante uma hora e meia: “eles não tinham medo das pessoas, simplesmente nos ignoraram”, disse.
Águia ousada
Em Dutch Harbor, na Ilha Amaknak, no Alasca (EUA), águias se reúnem para se alimentar dos restos da indústria pesqueira. A espécie estava diminuindo drasticamente até a década de 1960, mas a redução da perseguição, a proteção do habitat e a proibição do pesticida DDT levaram à sua recuperação.
“À medida que a águia se aproximava, pegando restos, abaixei minha cabeça”, diz Klaus Nigge, “olhando pela câmera para evitar contato direto com os olhos”. Chegou tão perto que capturou a expressão da águia e criou um retrato íntimo, realçado pela luz nublada do dia chuvoso.
Raposa polar
Junho é o período de bonança para as raposas da Ilha de Wrangel no extremo oriente russo. Nesta imagem capturada por Sergey Gorshkov, uma delas carrega um troféu: um ovo roubado de um ninho de gansos polares.
Ao longo de alguns dias, vastos rebanhos de gansos de neve descem na tundra deste remoto pedaço de terra e gelo. Esta não é só a maior colônia de gansos de neve no mundo, é a única restante na Ásia.
As raposas árticas pegam aves fracas ou doentes, mas seu prato favorito são os ovos, colocados no início de junho em ninhos abertos na floresta.
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