Pode ser difícil medir o grau de desonestidade de um país, mas apesar de subjetivo e complexo de estudar, pesquisadores da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, arriscaram a análise e chegaram a resultados surpreendentes, ainda que seja preciso considerar todas as limitações do estudo.
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Para isso, eles colocaram 150 pessoas de 15 países diferentes. O Brasil foi um dos países testados ao lado de Japão, China, Grécia, Rússia, Suiça, Turquia, Estados Unidos, Argentina, Dinamarca, Grã-Bretanha, Índia, Portugal, África do Sul e Coreia do Sul. Nas duas avaliações, a nação brasileira ocupou exatamente a 5ª posição. A China e a Turquia foram as primeiras colocadas nos dois testes realizados.
O objetivo do estudo publicado pelo site da universidade era estudar se existe uma relação entre o nível de desenvolvimento de um país e a honestidade de seus habitantes, e se isso também influencia na sua economia.
O experimento
Os investigadores fizeram os participantes enfrentarem situações simples. Na primeira, pediram para que jogassem uma moeda e indicassem de qual lado ela caísse, sabendo que receberiam uma quantidade em dinheiro caso a moeda desse ‘cara’. Os especialistas consideraram, então, que pela probabilidade, o resultado deveria ser 50% de ‘cara’ e 50% de ‘coroa’, com uma taxa pequena de variação. Os países que apresentaram a porcentagem com um intervalo grande entre ‘cara’ e ‘coroa’ foram classificados como os mais desonestos.
A segunda prova implicava em responder uma série de perguntas sobre música, mas era solicitado que não se buscassem respostas na internet. Novamente, os participantes receberiam dinheiro se respondessem o questionário corretamente. Mas as perguntas foram elaboradas estrategicamente para que fosse impossível de respondê-las sem consultar alguma fonte, então se um grupo de pessoas respondesse bem demais, os investigadores concluíam que ele estava mentindo.
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Os resultados
Como era de se esperar, todos os países apresentaram um determinado grau de desonestidade. Na primeira prova, os países asiáticos tiveram o pior desempenho: Japão, Coreia do Sul, a Índia foram os piores, sendo a China considerada o mais mentiroso. A Grã Bretanha foi classificada como o mais honesto. Apenas 3,4 dos participantes mentiram.
Na segunda prova, a Grã-Bretanha ficou em 2º lugar dos mais honestos, e a Turquia foi considerada a mais desonesta. Mas um dos aspectos mais interessantes é que os países mais ricos tenderam a ficar entre os mais honestos e os mais pobres entre os mais desonestos.
Um outro aspecto curioso do resultado foi que, em todos os casos, os mais desonestos estavam convencidos de que as outras pessoas também mentiria, mais que eles, inclusive. Mas é importante ressaltar que os pesquisadores não generalizam toda a população do país, já que a pesquisa foi limitada a um grupo amostral de pessoas, e avaliou poucos fatores.
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