Amor e sofrimento: 9 fatos sobre Frida Kahlo

Foram 47 anos de muita intensidade e, também, de muita dor. A pintora mexicana Frida Kahlo inspira até hoje por sua veracidade e voracidade. Ela teve uma vida difícil: debilitada por uma doença e por um acidente que quase a matou, Frida fez das telas um enérgico retrato de seus sofrimentos, produzindo 143 obras que a cada ano conquistam mais admiradores, homens e mulheres.

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De setembro de 2015 a janeiro de 2016, o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, mantém em cartaz exposição de algumas de suas obras ligadas à paixão feminina: “Frida Kahlo – Conexões entre Mulheres Surrealistas no México”. Clique aqui e confira os detalhes.

Veja 9 fatos sobre Frida Kahlo que você tem que conhecer:

#1 Poliomielite e acidente

A vida de Frida Kahlo foi marcada por tragédias físicas irreparáveis. Aos 6 anos de idade, contraiu poliomielite, deixando a perna direita mais curta e a musculatura atrofiada. Aos 18 anos, foi vítima de um acidente grave, em que um ônibus chocou com um bonde. Ela sofreu fraturas em três vértebras, incluindo a bacia. A pintura “A Coluna Quebrada” (1944) é um dos muitos retratos da mexicana sobre suas dificuldades.

#2 Aborto

O grande sonho de Frida Kahlo era ser médica – algo que foi impedido após o acidente. Ela também queria ser mãe, mas devido ao acidente na bacia, foi recomendada a não engravidar, já que não podia fazer parto normal. Em 1929, aos 22 anos, sofreu o primeiro aborto. O segundo aconteceu em 1932. Ela retratou esse trauma em “O Hospital Henry Ford” (1932), simbolizando a dor de uma mãe pela perda do filho.

#3 Traições do marido, Diego Riviera

Frida Kahlo se dizia apaixonada pelo marido, Diego Riviera, que também era pintor e muralista. Eles tiveram uma relação muito conturbada. Descobriu que foi traída diversas vezes, mas a grande mágoa mesmo foi saber que Diego teve um caso com sua irmã mais nova, Cristina Kahlo. Para mostrar como as brigas conjugais a afetaram, pintou “As Duas Fridas” (1939), simbolizando as duas personalidades: a exterior, branca, aparentemente feliz; e a interior, obscura, devastada e distanciada.

#4 Distância da família quando pequena

Outro trauma entre Frida e a irmã: quando tinha 11 meses, por conta do nascimento de Cristina, Frida foi entregue a uma ama-de-leite, que cuidava de amamentá-la. Ela se sentiu rejeitada por ter ficado longe da família e retratou isso em “A Minha Ama e Eu” (1937). O rosto escuro mostra a distância da ama, que não queria que Frida a encarasse.

#5 Surrealismo feminino

Amiga do escritor André Breton, grande teórico francês, Frida Kahlo teve seu estilo ligado ao surrealismo. Mas, diferentemente dos artistas europeus, que retratavam as conturbações da guerra em seu continente, Frida era mais apegada à cultura popular mexicana, além de retratar seu íntimo. Por isso, vivia dizendo que não era surrealista, porque pintava a realidade, não os sonhos. Acima, óleo sobre tela em “Autorretrato com Colar de Espinhos e Beija-Flor” (1940).

#6 Movimento feminista

As cores vivas, o autorretrato, a natureza morta e a sinceridade das obras de Frida Kahlo deram impulsão ao crescimento do movimento feminista, tanto na Europa quanto no México. Ao lado das artistas europeias Leonora Carrington (Reino Unido) e Remedios Varo (Espanha), além das mexicanas María Izquierdo e Lola Álvarez Bravo, trouxe a ideia de sensualidade e poder celebrando a figura e, principalmente, a personalidade femininas. A tela de cima é “Autorretrato com Tranças”, de 1941.

#7 Amor por outras mulheres

Mesmo comprometida com Diego, Frida Kahlo teve diversos amores. Ela se relacionou com o exilado russo Leon Trotsky e trocou cartas com o amante Josep Bartolí, pintor espanhol que fugiu da Guerra Civil. Diego era bastante ciumento na relação de Frida com outros homens, mas, por outro lado, estimulava o amor dela por outras mulheres. Segundo a biógrafa da pintora, Hayden Herrera, “não há dúvida de que ela sentia fortes necessidades sexuais” – não importa se homem ou mulher, “fazer amor, tomar um banho e fazer amor de novo estava na natureza dela”. Na foto, Frida posa ao lado de Chavela Vargas, com quem viveu por um ano, também ao lado de Diego.

#8 Influência na moda

Mesmo sem querer, Frida Kahlo foi influente no campo da moda, o que ajudou a fortalecer sua imagem feminista. Para esconder as cicatrizes e deformidades por conta da poliomielite e do acidente, passou a usar saias longas, como as das indígenas mexicanas. Tempos depois, ela se inspirou no fato de as tehuanas serem a única sociedade totalmente matriarcal do México. Seu estilo foi tão inspirador que, em 1937, ela posou para a capa da Vogue francesa.

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#9 Filmes para conhecer Frida

Para conhecer mais a vida e obra de Frida Kahlo, há dois filmes essenciais: “Frida” (2002), filme dirigido por Julie Taymor e protagonizado por Salma Hayek, que ganhou Oscar de Melhor Trilha Sonora e Melhor Maquiagem; e o documentário “A Vida e os Tempos de Frida Kahlo”, com imagens de arquivo e detalhes de sua importância para o mundo artístico.

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