A rota orbital de três estrelas ao redor do buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia é mais uma evidência de que Albert Einstein estava certo: a Teoria da Relatividade funciona. Esta é a conclusão de um trabalho de observação galáctica que durou 20 anos – o artigo científico foi publicado no The Astrophysical Journal.
Em linhas gerais, o que a descoberta mostra que os cálculos propostos na Teoria da Relatividade Geral foram suficientemente eficientes para precisar a órbita das estrelas em torno do buraco negro. A teoria desenvolvida por Einstein, demonstra o artigo, é compatível com o comportamento dos astros no universo.
Teoria da Relatividade mostrada na prática
Quando Einstein apresentou ao mundo sua teoria, a Teoria da Gravidade, de Isaac Newton, era a tese majoritária na ciência. Para Newton, os corpos tendem a orbitar astros cuja força gravitacional é maior – e o que determina essa força gravitacional é a massa do corpo astronômico, entendia Newton. Esta abordagem não estava errada, mas o funcionamento de tais corpos é mais complexo do que argumentou o cientista inglês.
Na Teoria da Relatividade, o universo é composto de um conceito quântico de quatro dimensões que é o tempo-espaço. Este tempo-espaço é como se fosse um tecido que se distorce conforme a massa do objeto cósmico, como planetas, estrelas ou mesmo buracos-negros supermassivos.
De tantas teorias sobre o funcionamento do universo, por que essas se tornaram majoritárias em suas respectivas épocas? Sobretudo, pela capacidade matemática das fórmulas que as sustentam. A teoria de Newton apresenta equações que permitiram “medir” o conceito de gravidade, mas falha em explicar o funcionamento astronômico dos objetos cósmicos. Por enquanto, conforme a recente descoberta, a teoria de Einstein apresenta a compreensão mais acurada que a humanidade já teve sobre o universo.
Onde fica o buraco negro?
O super buraco negro se localiza bem no centro da Via Láctea, a 26 mil anos-luz da Terra – para comparação: Terra e Sol estão distantes somente oito minutos-luz.
O buraco-negro conhecido como Sagittarius A* é 4 milhões de vezes mais massivo que o Sol e em torno dele orbitam 3 estrelas, a mais estudada é a estrela S2, que tem 15 vezes a massa do Sol e leva cerca de 16 anos para completar uma volta inteira.
Novas descobertas em breve
O movimento deles foi observado por 20 anos pelo grupo de cientistas do European Southern Observatory (ESO), sediado no Deserto do Atacama, no Chile. E deve ser visto com mais precisão nos próximos anos.
Em 2018, a estrela chegará ao ponto mais próximo ao buraco-negro de toda sua órbita, e até lá a tecnologia Gravity estará ativa – de acordo com o ESO, esta tecnologia combina os quatro telescópios e melhora consideravelmente a captação dos sinais do espaço.
Quando S2 e Sagittarius A* estiverem em seu ponto mais próximo, avisam os cientistas, a Teoria da Relatividade terá seu principal teste desde sua concepção, em 1915.
Einstein e a relatividade
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