Dados curiosos sobre Alquimia: prática levou a numerosas descobertas

A alquimia é uma prática à qual devemos muito, porque, mesmo sem embasamento científico, foi a precursora da química e levou a numerosas descobertas. Embora até hoje não possamos transformar nenhum metal em ouro, é interessante conhecer a história da alquimia e o que levou os pensadores a praticá-la.

Para começar, vamos ver um pouco sobre o que exatamente é a alquimia, de onde veio e quais são os símbolos usados ​​por quem trabalhou com ela.

Alquimia: o que é e como surgiu?

A história da alquimia está ligada à da astrologia. Enquanto a última está interessada em saber como as estrelas influenciam os seres humanos, a alquimia quer fazer o mesmo, mas com os elementos presentes na Terra. Nos dois casos, o objetivo final é possuir o conhecimento que permitirá às pessoas tirar proveito dos componentes naturais para seu benefício pessoal.

A alquimia também tinha uma forte conexão religiosa e espiritual. Os alquimistas antigos acreditavam que, decifrando os mistérios do nosso planeta, conheceriam as verdadeiras intenções de Deus. É importante notar que a alquimia recebeu seu nome durante o século XII, no período conhecido como Idade Média. Na Europa, essa era durou do século V até o século XV – da queda do Império Romano ao Renascimento.

Mas a alquimia não só prosperou na Europa, como também foi praticada na Ásia e na África. De fato, a raiz etimológica dessa palavra vem do árabe, que pode ser traduzida e interpretada como: “fundir ou derreter um metal”. Assim, esse termo também pode ser traduzido como: “a arte da transmutação”.

Símbolos na alquimia

Assim como os químicos atuais trabalham com a tabela periódica, os alquimistas escreveram sobre seu trabalho com base no uso de símbolos. Estes variaram de acordo com a região em que foram utilizados e com as crenças que foram seguidas. Normalmente, os símbolos representavam elementos, processos, planetas e unidades de medida.

O triângulo era a figura geométrica desenhada para os quatro elementos básicos – água, ar, fogo e terra – que variavam quando invertidos ou com uma linha que os cruzava horizontalmente. Por outro lado, os elementos químicos “puros” considerados na alquimia foram: arsênico, lítio, platina, bismuto, enxofre, antimônio, zinco, potássio, boro, fósforo e magnésio. Cada um deles tinha um símbolo diferente, de acordo com o país e a tradição de origem. Os compostos também tinham símbolos para identificá-los.

Havia três elementos considerados como matéria-prima de nossa composição: mercúrio, sal e enxofre. O primeiro representou a mente, o segundo, o corpo, e o último, a alma. Satélites e planetas que podiam ser observados da Terra tinham um tipo de metal associado a eles. Estes eram: ouro (Sol), mercúrio (Mercúrio), cobre (Vênus), prata (Lua), ferro (Marte), chumbo (Saturno) e estanho (Júpiter).

Os alquimistas realizaram 12 processos diferentes em seu trabalho e identificaram cada um deles com o símbolo de um signo do zodíaco. Anteriormente, acreditava-se que esses procedimentos eram essenciais para transmutar uma substância e, como você notará, alguns ainda são usados ​​na ciência e até em casa. Aqui resumimos o que cada uma dessas técnicas envolveu:

  • Calcinação (Áries): implica o uso de calor para decompor a matéria e separar seus elementos mais voláteis, isso foi feito com fogo ou substâncias corrosivas.
  • Congelação (Touro): esse tipo de congelamento nem sempre se refere à mudança do estado líquido para o sólido, causada por uma baixa temperatura, mas também ao efeito de uma substância que se torna mais espessa e viscosa após uma reação química.
  • Fixação (Gêmeos): é a mudança de uma substância volátil para uma sólida.
  • Dissolução (Câncer): quando as moléculas de uma substância se dissolvem dentro de um solvente, sua concentração diminui.
  • Digestão (Leão): a digestão envolvia deixar uma substância em contato com uma fonte de calor baixa por semanas. Um deles, por exemplo, poderia ser a luz do sol.
  • Destilação (Virgem): envolve a separação dos elementos dentro de uma substância líquida através de outros processos, como fervura e condensação.
  • Sublimação (Libra): a mudança da matéria de um estado sólido para um gasoso, sem passar pelo líquido, é conhecida como sublimação.
  • Separação (Escorpião): a divisão de uma substância em seus componentes. Isso geralmente é alcançado através de métodos diferentes, que dependem das características físicas e químicas da mistura em questão.
  • Ceração (Sagitário): quando o produto final deste procedimento tem uma textura semelhante à cera. Para obtê-lo, um líquido é adicionado a outra substância sólida enquanto está aquecendo.
  • Fermentação (Capricórnio): é um processo bioquímico no qual a ação das enzimas modifica a matéria orgânica em que são encontradas.
  • Multiplicação (Aquário): para aumentar os poderes de um elixir, poeira ou mesmo a pedra filosofal, recorria-se à multiplicação. Para realizá-lo, era comum repetir alguns dos processos acima, a fim de fazer com que o resultado “amadurecesse” ainda mais.
  • Projeção (Peixes): foi o último passo no trabalho de um alquimista. Foi o estágio em que a transmutação aconteceu, que tinha a intenção principal de converter chumbo em ouro.

Agora que esclarecemos as bases da alquimia, vamos continuar com os 7 fatos curiosos que farão você saber ainda mais.

Crisopéia

É assim que a transmutação de qualquer metal em ouro é conhecida, uma meta de muitos alquimistas que nunca fizeram esse procedimento realmente funcionar. Obviamente, isso também está relacionado à criação da pedra filosofal, que deu à vida eterna ao seu possuidor.

No entanto, a alquimia vai muito além da busca por ouro. Os alquimistas procuraram transmutar sua própria alma para estar mais perto de Deus, purificando-se por dentro através do processo.

Robert Boyle

Robert Boyle foi um grande alquimista, considerado um dos pais da química moderna. Todo o estudo de componentes químicos para transmutação do metal o fez conhecer muito sobre esse assunto, fazendo importantes avanços. Ele estabeleceu as bases para o método científico como o conhecemos, com base em observação e experimentação.

Seu legado, por outro lado, também marcou a morte da alquimia. Foi graças aos alquimistas que reconheceram suas limitações que a ciência poderia transcender os conceitos e metodologias que se seguiram até então. Situações como essa ainda estão presentes hoje, quando o progresso científico nega fatos que consideramos certos.

Indústria

Os alquimistas são parcialmente responsáveis ​​por vários avanços em diferentes indústrias, especialmente de produtos farmacêuticos. Mas também em outros, como cosméticos, tintas, pólvora e cerâmicas. O mesmo acontece com certos processos, como a produção de bebidas alcoólicas.

Conhecimento

O livro mais antigo de alquimia foi escrito por Zósimo de Panópolis, um alquimista originário do Egito que viveu entre o terceiro e o quarto séculos. Os primeiros vestígios da alquimia estão no Egito antigo, no Papiro X de Leyden e no Papiro de Estocolmo, onde você pode encontrar a base para a alquimia.

Pedra filosofal

Muitos alquimistas dedicaram suas vidas a procurar a pedra filosofal, e isso estava relacionado ao ouro, devido à qualidade de sua duração. Eles pensaram que, se pudessem controlar a criação de ouro com outros materiais, talvez pudessem alcançar a vida eterna.

Magnum opus foi o nome que recebeu o trabalho feito com a matéria-prima para obter a pedra filosofal. Este objeto também possuía um símbolo para representá-lo: um círculo dentro de um quadrado, em um triângulo, dentro de outro círculo (de fato, o das relíquias da morte de Harry Potter se assemelha a ele).

Alquimia islâmica

A alquimia surgiu como a união entre a filosofia grega e a tecnologia egípcia. Isso explica por que Alexandria se tornou sua sede por estar sob o Império Romano. Trata-se da união de práticas com crenças, ambas de origem esotérica.

Após a queda do Império Romano, foi o mundo islâmico que tomou as rédeas, dando grandes avanços e registros metódicos. Jābir ibn Hayyān é considerado outro dos precursores da química moderna.

Mercúrio

Uma das substâncias que os alquimistas mais estimavam era o mercúrio, acreditando que era essencial para a transmutação. É nomeado após o deus Mercúrio que, segundo a crença, tem grande mobilidade e velocidade.

Até recentemente, a medicina ainda tinha muita fé nessa substância, como um legado de ideias alquimistas. Como esse elemento parecia transcender o estado sólido e líquido ao mesmo tempo, os alquimistas acreditavam que ele também excedia os limites da vida e da morte.

Curiosidades científicas

Original Author: Katia Silveira Original Author URL: https://www.vix.com/es/users/katia-silveira
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