Estes 6 intelectuais também foram grandes preconceituosos

por | jul 26, 2016 | Ciência

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A genialidade de um homem geralmente é definida por conta de uma obra, ou uma especialidade. Isso não evita, por exemplo, que este mesmo ‘gênio’ seja virtuoso em todos os sentidos.

Muitos, inclusive, defendem veementemente teses racistas, alegando que a superioridade é científica usando dados que nem sempre estão corretos.

Talvez eles tivessem que levar a sério a declaração de Albert Einstein: “é mais fácil desintegrar um átomo do que desintegrar um preconceito”.

Eis 6 grandes intelectuais que se mostraram também grandes preconceituosos:

Arthur Schopenhauer (1788-1860)

Se o filósofo Friedrich Nietzsche é considerado um dos mais pessimistas, muito disso se deve a Arthur Schopenhauer, uma de suas principais influências. Ateu convicto, Schopenhauer dissociava o amor da felicidade. No entanto, ele tinha uma visão criticamente preconceituosa em relação às mulheres: “Pois assim como a natureza equipou o leão com garras e dentes, o elefante com presas, o javali com colmilhos, o touro com chifres e a siba com tinta, do mesmo modo equipou a mulher com o poder da dissimulação como seu meio de ataque e defesa. Uma mulher inteiramente confiável que não pratica a dissimulação é talvez uma impossibilidade”.

Pierre Joseph-Proudhon (1809-1865)

Um dos filósofos pioneiros da teoria do anarquismo, o francês Pierre Joseph-Proudhon  reduzia o intelecto das mulheres a algo “antimetafísico”, seguindo a corrente de Schopenhauer. “A mulher não filosofa”, disse. “Ideias desconexas, raciocínios ilógicos, ilusões tomadas por realidade, analogias vazias transformadas em princípios, uma disposição de espírito fatalmente inclinada à destruição: esta é a inteligência da mulher”.

Henry Ford (1863-1947)

O empresário que revolucionou o sistema de linha industrial de montagem era um antissemita tão ferrenho, que chegou a ser o único norte-americano mencionado por Adolf Hitler no seu livro “Mein Kampf”. Há, inclusive, pesquisadores que acreditam que as teorias contra os judeus apresentadas por Hitler se basearam integralmente no pensamento de Ford. Em 1920, ele publicou uma série de artigos no jornal “Dearborn Independent”, de sua propriedade, que tempos depois culminaria no livro “O Judeu Internacional”, um dos maiores manifestos antissemitas já publicados. Num artigo, Ford escreveu: “Imaginemos que não haja mais judeus na Europa. Seria uma tragédia tão grande? Na verdade não! Eles agitaram os povos de todos os países, incitaram-nos à guerra, à revolução e ao comunismo”.

Monteiro Lobato (1882-1948)

Um dos principais escritores de histórias infanto-juvenis do Brasil, Monteiro Lobato foi membro de uma sociedade eugenista, que acreditava numa suposta “pureza racial”. O escritor de “Sítio do Picapau Amarelo” chegou a escrever: “País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Ku-Klux-Klan, é país perdido para altos destinos. Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan, que mantém o negro no seu lugar”.

James Watson (1928-atualidade)

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O geneticista norte-americano James Watson, que ganhou Nobel de Medicina em 1962 pela descoberta da estrutura em dupla-hélice da molécula de DNA, chocou a comunidade científica ao fazer declarar que os negros são menos inteligentes que os brancos. “Nossas políticas sociais estão baseadas no fato de que a inteligência [dos negros] é a mesma que a nossa – enquanto todos os testes dizem que não é bem assim”, disse Watson. “Aqueles que têm que lidar com empregados negros descobrem que isso não é verdade”.

Richard Dawkins (1941-atualidade)

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O biólogo evolucionista Richard Dawkins é um dos maiores críticos da religião no mundo, mas, quando o assunto é Islã, seus pensamentos ganham conotações radicais. “Essa religião é uma vergonha. “A grande maioria dos muçulmanos não sonha em fazer isso, mas uma minoria coloca esses ensinamentos em prática, e coisas terríveis acontecem”.