Nasa acredita que 2016 será o ano mais quente da história

Em 2015, o Met Office, instituto de meteorologia do Reino Unido já alertava para a previsão de que 2016 seria o ano mais quente desde o início dos registros, em 1880. O prognóstico era de que a temperatura média global fosse 1,14ºC acima da observada antes da Revolução Industrial, aumentando o desafio de restringir o avanço dos termômetros a menos de 1,5 grau Celsius, como determina o Acordo de Paris, assinado na Conferência do Clima (COP-21).

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também advertiu que 2016 seria o ano mais quente já registrado na história, com temperaturas extremamente altas. “E tudo indica que isto se transformará na nova norma”, sustentou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, ao apontar que foram observados níveis excepcionalmente altos de concentração de dióxido de carbono e que recordes de temperatura foram quebrados em diversos meses do ano.

Dois fatores explicam o excesso de calor além do normal durante esse ano: o aquecimento global, consequência da emissão ainda crescentes de poluentes — e o fenômeno El Niño, que se apresentou com uma intensidade forte como desde 1998 não se via,  e com efeitos que levarão alguns meses para se espalhar pelo planeta.

Ano de recordes

O ano de 2016 teve o junho mais quente da história, que foi também o 14º mês consecutivo com recorde de temperaturas altas no planeta. Julho de 2016 foi além. Não apenas foi o julho com maior calor de que se tem registro – ele bateu o recorde para todos os meses dos últimos 136 anos.

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A temporada excepcionalmente longa de aquecimento global continuou em agosto, que foi o mais quente em registros tanto na superfície terrestre como nos oceanos. Segundo os últimos dados, a superfície de gelo no Ártico, no verão do hemisfério norte deste ano, teve a segunda menor calota dos últimos 37 anos, quando começaram os registros por satélite.

Setembro foi considerado o mais quente da história do planeta, com um recorde de 0,91ºC acima da média para o mês, de acordo com a Nasa, cuja base de dados começa lá em 1880. A agência usa 3.600 estações meterológicas ao redor do globo para montar seus rankings.

Com esse acúmulo de recordes de temperatura, os cientistas da Nasa têm quase certeza de que chegaremos ao fim de 2016 com uma média de 1,25ºC a mais do que os registrados no século 19. O pior de tudo é que estes recordes serão constantes, ao menos nos próximos dez anos, se calcula. Até que os países atinjam seu pico de emissões de poluentes, ainda haverá mais consequências severas para o homem e o ecossistema.

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