Os segredos históricos por trás da culinária japonesa

A alimentação de cada região do mundo é carregada de características singulares. A tradição cultural e os ingredientes locais são alguns dos fatores que definem como as pessoas se alimentam, além do gosto propriamente dito. Assim a alimentação vai além da função nutricional, tornando-se parte da história de um país.

Nos grandes centros urbanos, é comum encontrar opções da culinária de várias regiões do mundo. A comida japonesa tornou-se muito popular no Brasil, tendo alguns costumes adaptados e atraindo cada vez mais amantes.

O sushi e outros pratos típicos são características marcantes da culinária japonesa. O alto valor nutricional dos alimentos, como o peixe cru e os legumes, pode estar relacionado à saúde mental e longevidade dos japoneses, que se preocupam com seus hábitos para manter uma boa qualidade de vida. Porém nem sempre foi assim.

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Um estudo publicado pela historiadora dos alimentos Bee Wilson mostra que os hábitos alimentares do Japão mudaram ao longo dos anos, de acordo com a demanda e o momento histórico que passavam.

A culinária japonesa que conhecemos atualmente só surgiu após a Segunda Guerra Mundial. A população passou por longos períodos de fome e escassez de alimentos, tendo a dieta reduzida a arroz e poucos grãos.

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Em 1947, a ocupação militar americana que ainda estava presente no país introduziu uma nova alimentação nas escolas japonesas, com pão, leite e um prato quente feito com as sobras dos enlatados consumidos na guerra. Assim, uma nova geração cresceu acostumada a novos sabores e hábitos alimentares.

A relação com a comida passou da simples sobrevivência a uma manifestação cultural. Os japoneses voltaram a enriquecer nos anos 50, migraram do campo para a cidade e incorporaram características de outros países em sua própria culinária, sem perder a identidade.

A introdução da proteína, com peixes e algas, construiu os fundamentos da culinária japonesa atual, carregada de tradições no processo de produção dos alimentos. São hábitos tão marcantes que foram classificados como Patrimônio Cultural Intangível da UNESCO em 2013.