“Paciente Esperanza”: segunda pessoa do mundo se cura espontaneamente do HIV

Uma equipe de pesquisadores anunciou ter encontrado uma mulher que se curou espontaneamente do HIV, vírus causador da Aids, sem ter tomado nenhum medicamento. O fato só havia sido registrado uma vez antes, em 2020.

De acordo com os médicos, a paciente não recebeu nenhum tipo de tratamento para a infecção, mas é uma rara “controladora de elite” que, oito anos após ser diagnosticada com o vírus, não mostra sinais do HIV em seu corpo.

Mulher com HIV pode ter sido “curada” sem tratamento

Em artigo para o Annals of Internal Medicine, publicado em 15 de novembro, os cientistas afirmam que a paciente de 30 anos, originária da cidade de Esperanza, na Argentina, poderia ter conseguido naturalmente uma “cura esterilizante” para a infecção pelo HIV.

Chamada de “Paciente Esperanza”, a mulher é apenas a segunda paciente descrita a ter alcançado a cura sem um transplante de células-tronco ou outro tratamento. A outra paciente era uma mulher de 67 anos, chamada Loreen Willenberg, que apresentou sua cura do HIV em 2020.

Diagnosticada pela primeira vez com HIV em março de 2013, a “Paciente Esperanza” não iniciou nenhum tratamento antirretroviral até 2019, quando engravidou e passou a tomar medicamentos anti-retrovirais por seis meses no segundo e terceiro trimestres da gravidez. Após dar à luz um bebê saudável e HIV negativo, ela interrompeu a terapia.

Os pesquisadores não sabem com certeza como o corpo da paciente foi capaz de aparentemente se livrar do vírus intacto, mas acreditam que o processo seja resultado de uma combinação de diferentes mecanismos imunológicos.

Tanto a “Paciente Esperanza” quanto Loreen Willenberg são o que os acadêmicos chamam de “controladores de elite”, ou seja, um grupo raro de pessoas que nunca fizeram terapia anti-retroviral, mas não apresentam sinais do vírus no sangue.

“Exemplos de tal cura que ocorrem naturalmente sugerem que os esforços atuais para encontrar uma cura para a infecção pelo HIV não são ilusórios”, afirmou Dr. Xu Yu, autor do estudo, à rede CNN, completando que “as perspectivas de alcançar uma ‘geração livre de Aids’ podem ser finalmente bem-sucedidas”.

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