Por que salivamos antes de comer? A ciência responde

por | set 23, 2016 | Ciência

Domingo à tarde, o almoço está demorando demais pra sair, até que chega à mesa aquela deliciosa macarronada com queijo. Certamente, você está com água na boca agora, só de imaginar a situação. 

Diante do prato fumagante ou só de pensar nele, não resta tempo para tentar entender o motivo pelo qual estamos salivando. Mas, a ciência tem uma explicação para isso. Descubra. 

Saliva: reação automática do corpo

A boca cheia d’água é uma reação do nosso organismo para a digestão do que vamos comer – um exemplo do reflexo condicionado, uma resposta automática do nosso corpo.

O fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936) percebeu que sempre que ia dar comida aos cachorros, eles salivavam. Então, decidiu fazer um teste: ele começou a tocar uma campainha ao alimentar o cão.

Pavlov descobriu que o barulho servia como orientação, já que o cãozinho olhava de um lado para outro. Depois de relacionar a comida com o barulho da campainha por vários dias, o fisiologista percebeu que o bichinho já salivava só de ouvir o barulho da campainha. Esse foi o ponto de partida para Pavlov descobrir o  reflexo condicionado.

“As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas”, explicaram os fisiólogos Júlio Rocha do Amaral e Renato Sabbatini. A saliva, no caso, é a secreção que vem como resposta do reflexo condicionado.

Funções da saliva

A saliva tem diversas funções em nosso corpo: ajuda a evitar a desidratação, elimina bactérias nos dentes e gengivas e pode até servir como lubrificante da nossa boca, ajudando no processo da fala.

Quando se trata de alimentação, a função mais associada à saliva é a de formar o bolo alimentar, que facilita a deglutição e digestão dos alimentos. É exatamente por essa função que nosso cérebro cria um reflexo condicionado de salivar ao ver a comida, principalmente quando se está com muita fome.

“Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que alguém com menos fome”, disse à Superinteressante a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de São Paulo (USP).

A ciência e o nosso corpo