A maioria dos brasileiros tem algum tipo de superstição. Elas já estão tão inseridas no nosso cotidiano, que às vezes fazemos até automaticamente. Mesmo para aqueles que não acreditam, deve rolar um medo ao passar por baixo de uma escada! Mas quais são as origens dessas superstições que já duram gerações? Descubra!
Leia também:
Elas não vieram do nada; descubra as origens das superstições do Ano Novo
Abrir o guarda-chuva dentro de casa
Uma das teorias remete ao Egito antigo, onde apenas a realeza usava guarda-chuvas para se proteger do sol. Muitos acreditavam que o objeto era um instrumento de conexão dos faraós com os deuses, e que abri-lo em um lugar onde não batia sol era uma ofensa.
A teoria mais aceita é que em Londres, no século 18, os guarda-chuvas eram feitos de metal e eram rígidos, e abri-los dentro de casa poderia ser muito perigoso, podendo machucar pessoas ao redor.
Passar debaixo da escada
Se você quiser a explicação mais simples, a escada é símbolo de ascenção, elevação, portanto, passar por baixo dela seria como se afastar de tudo aquilo que progride.
Historicamente, porém, voltamos novamente ao antigo Egito. Uma escada apoiada em uma parede forma um triângulo, símbolo sagrado para os egípcios. Passar dentro de um triângulo seria como profanar essa imagem sagrada.
A superstição é levada tão a sério por alguns que no século 17, na Inglaterra, alguns presos eram obrigados a passar debaixo de escadas ao longo de seu caminho para a forca.
Quebrar o espelho
Na Grécia antiga, a catoptromancia, processo adivinhatório por meio de espelhos, era muito usado. Um espelho era mergulhado na água, e a pessoa era convidada a ver seu reflexo; se ele estivesse claro, estaria tudo bem, porém se a imagem ficasse distorcida, havia um alto risco da pessoa morrer.
Os romanos, no primeiro século d. C., acrescentaram uma ressalva: naquela época, acreditava-se que a saúde das pessoas mudava em ciclos de sete anos. A imagem distorcida resultante de um espelho quebrado em vários pedaços, significaria sete anos de má saúde e infortúnio, e não morte.
Bater na madeira
Antes do cristianismo, as árvores faziam parte da mitologia e religião de várias outras culturas. Alguns usavam-nas como oráculos, e os celtas, por exemplo, consideravam as árvores como a morada dos deuses e espíritos.
Uma das teorias usadas é que antigamente as pessoas colocavam suas mãos em árvores na hora de fazer algum pedido ou simpatia e orarem para tais espíritos, e com o tempo a tradição abriu o leque de árvore para qualquer tipo de objeto feito de madeira.
Ferradura dá sorte
A história por trás dessa superstição remete a São Dunstan, bispo de Londres que, depois de morto, foi canonizado.
Dunstan recebeu um homem pedindo para trocar a ferradura de seu cavalo, no entanto, percebeu que se tratava do demônio, e prendeu então as ferraduras nos pés do próprio diabo. Vendo o demônio agonizando de dor, Dunstan fez um trato: ele tiraria a ferradura se a criatura jamais entrasse em um lugar que houvesse uma ferradura pendurada na porta.
Outra teoria é que os gregos acreditavam que o elemento ferro tinha a capacidade de afastar o mal.
A crença nos poderes talismânicos das ferraduras passou para os romanos, e deles para os cristãos. Na Idade Média, quando o medo da bruxaria era galopante, as pessoas penduravam ferraduras de cabeça para baixo em suas casas para assustar as bruxas, que teoricamente temiam os cavalos.
Gatos pretos dão azar
No Egito antigo, os gatos pretos eram os venerados do mundo animal, vistos como sinal de boa sorte. Matá-los era considerado um crime.
A sorte começou a virar para os felinos na Idade Média. Reza a lenda que um pai e seu filho estavam andando em Lincolshire, na Inglaterra, quando cruzaram com um gato preto. Eles então começaram a tacar pedras no animal, apenas por diversão, e ele fugiu para a casa de uma das moradoras do local, na época suspeita de praticar bruxaria.
No dia seguinte, a moradora apareceu mancando e ferida. Pai e filho acreditaram se tratar de mais do que uma coincidência, iniciando o mito de que bruxas podiam se transformar em gatos pretos.
Número 13 dá azar
Existem diversas origens para tal superstição. Na mitologia nórdica, existe um conto em que 12 deuses foram convidados para um jantar, e Loki, Deus da trapaça, chegou sem ser convidado, como o 13º participante. Ele logo arrumou briga com todos e acabou matando Balder, conhecido por disseminar boa vontade e paz.
Uma outra explicação pode ser colocar o número 12 como o culpado: o ano tem 12 meses, o dia tem dois períodos de 12 horas, 12 signos do zodíaco, 12 apóstolos… Fazendo o 13 ser um número sem nenhuma utilidade.
Além disso, Judas, como 12º apóstolo e 13º convidado para a Santa Ceia, foi o que traiu Jesus.
Trevo de quatro folhas para sorte
O trevo pode ser considerado um sinal de sorte apenas por causa da dificuldade de encontrar um na natureza. Um trevo normalmente tem três folhas. Além disso, o número 4 é reverenciado em muitas culturas: temos 4 pontos cardeais, 4 estações do ano, 4 elementos da natureza (fogo, ar, água e terra), e 4 fases da Lua.
Pé de coelho para sorte
Acredita-se que uma das teorias para essa superstição tem origem na América do Norte, a partir de um sistema afro-americano de magia chamado “hoodoo”.
Mas não é qualquer pé de coelho que serviria para a magia. Teria que ser especificamente o pé esquerdo de um coelho morto com tiro ou capturado em um cemitério. Alguns dizem que além disso, ele precisa ser capturado durante a Lua Cheia ou Lua Nova.
Jogar sal atrás das costas
Cerca de 3.500 a. C., os sumérios começaram com a tradição de jogar sal atrás dos ombros caso ele fosse derramado anteriormente. Esse ritual passou então pelos egípcios, assírios e gregos.
Outros acreditam que você deve jogar uma pitada de sal sobre o ombro esquerdo para se livrar da má sorte. A lenda diz que o diabo sempre está de pé atrás de nós, e que jogando o sal podemos acertar seus olhos e afastá-lo.