Victoria Borges sofreu a lesão, se apresentou mesmo com dor e contou com apoio das colegas de equipe
Na manhã desta sexta-feira (9), durante a fase eliminatória das Olimpíadas de Paris 2024, a brasileira Victoria Borges enfrentou um desafio imenso. Pouco antes da apresentação da equipe de ginástica rítmica, ela sofreu uma lesão na panturrilha esquerda durante o aquecimento.
Apesar da dor, ela decidiu se apresentar, em um gesto de coragem e sacrifício que emocionou a todos. No entanto, a lesão comprometeu a performance do grupo, resultando na eliminação do Brasil da competição, a apenas uma posição da vaga na final.
Ginasta se apresenta mesmo após lesão
Victoria Borges, de 22 anos, estava acompanhada pelas colegas Maria Eduarda Arakaki, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio. A equipe brasileira fez uma performance notável na primeira série com os cinco arcos, obtendo uma pontuação de 35.950, o que as colocou na quarta posição geral. No entanto, minutos antes da segunda série, que envolvia três fitas e duas bolas, Victoria sofreu uma contratura muscular na panturrilha.
Apesar de ser atendida rapidamente e receber uma bandagem do médico da equipe, Victoria insistiu em competir. Com a dor debilitante, ela teve dificuldade para realizar os movimentos, optando por uma performance mais contida, quase sem sair do chão. O resultado foi uma pontuação de apenas 24.950 na segunda série, que, somada à pontuação anterior, deixou o Brasil na nona posição geral com 60.900 pontos.
As oito melhores equipes se classificavam para a final.
O esforço de Victoria e de suas colegas foi visível, mas a limitação imposta pela lesão teve um impacto significativo na nota final. Após o término da apresentação, Victoria caiu no choro, sendo consolada pelas colegas e pela comissão técnica. Ela precisou ser carregada nos braços pela treinadora Camila Ferezin e foi imediatamente encaminhada para o centro médico da Arena La Chapelle.
Brasil é eliminado e ginásta rítmica é carregada após lesão
A ginástica rítmica, por regulamento, não permite substituições durante a competição. Uma vez que a equipe entra em campo, as mudanças não são mais possíveis, o que significa que qualquer lesão que ocorra durante a apresentação não pode ser compensada por uma reserva. Esta regra é uma tentativa de permitir a inclusão de mais países na competição, mas acabou prejudicando a equipe brasileira neste caso.
A capitã do time, Duda Arakaki, expressou um “misto de sentimentos” após a competição. Ela destacou o sacrifício de Victoria e o esforço coletivo do grupo. “É um misto de sentimentos, mas o que prevalece é o orgulho. A gente deu o nosso máximo. Ela deu o máximo dela, só que não tinha condições de fazer as dificuldades corporais e por isso a nota não subiu tanto. A gente aceita o que vier, porque a gente sabe que deu o nosso melhor todos os dias”, expressou ela.
Deborah Medrado também destacou o trabalho do quinteto e o sacrifício de Vic de entrar em quadra mesmo lesionada: “A gente só falou assim: ‘Vamos tentar, Vick, faz o que você puder, marca, mas vamos tentar’. A gente só queria tentar e ela deu isso pra gente. Então a gente tá muito feliz. A competição ainda não acabou, só acaba quando termina. E amanhã também tem alguma possibilidade de passar pra final. A gente vai dar nosso sangue, mas saibam que a gente deu nosso sangue dentro do tapete. Todos os dias a gente treinou 100%. Quando uma não tava bem, as outras estavam puxando.”
A eliminação impediu que o Brasil avançasse para as finais por equipe, fato que não acontece há 20 anos na modalidade. A equipe, conhecida pelo apelido de “leoas”, honrou o nome com sua determinação e bravura, mesmo diante das adversidades.