Elizabeth II aprova remoção de títulos militares do filho, Príncipe Andrew, após acusação de abuso

O príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, renunciou aos seus títulos militares e compromissos reais nesta quinta (13), com a aprovação da monarca.

O afastamento ocorre logo após uma decisão, na quarta-feira (12), do juiz responsável pelo processo civil enfrentado pelo príncipe nos Estados Unidos, que o acusa de abuso sexual.

Com a renúncia, Andrew perde seu título de Alteza Real e não poderá mais integrar a agenda de compromissos da família.

Príncipe Andrew perde títulos e é “afastado” da família real

Segundo comunicado oficial do Palácio de Buckingham, a renúncia do príncipe Andrew foi aprovada pela rainha Elizabeth II e o afasta prontamente de seus compromissos com a família real.

“Com a aprovação e o aceite da rainha, as afiliações militares do duque de York e os patrocínios reais foram devolvidos”, afirmou a instituição.

Com essa decisão, Andrew também deixará de atender pelo título de Sua Alteza Real.

“O duque de York continuará a não assumir nenhuma função pública, e estará se defendendo neste caso como um cidadão comum”, esclareceu o breve comunicado, em alusão ao processo enfrentado por Andrew.

Andrew é acusado de abuso sexual

O duque de York enfrenta um processo civil nos Estados Unidos após ter sido denunciado por estupro por uma cidadã americana chamada Virginia Giuffre.

Na denúncia, Virginia alega que Andrew abusou sexualmente dela em 2001, quando ela tinha 17 anos, por meio de um esquema de abuso sexual de menores articulado por Jeffrey Epstein.

O caso já foi levantado anteriormente, mas agora tomou forma no meio jurídico. Em agosto de 2021, Virginia entrou com um processo civil sob a Lei de Vítimas Infantis do Estado americano, que permite a análise de casos de abuso sexual ocorridos na infância.

Segundo a autora da denúncia, os três supostos casos de abuso do príncipe continuam a causar-lhe “sofrimento e danos emocionais e psicológicos significativos”.

Entenda o caso

Morto em 2019, Jeffrey Epstein também foi acusado de vários crimes sexuais, incluindo tráfico sexual e abuso. Virginia teria sido “recrutada” pela ex-sócia de Epstein, Ghislaine Maxwell, enquanto tentava reconstruir sua vida, após anos morando nas ruas.

Com uma “proposta de emprego”, Epstein e Maxwell teriam manipulado Virginia a entrar no esquema, que resultou em anos de abusos. Ela denunciou ambos, e contribuiu para a condenação de Ghislaine Maxwell sobre tráfico e abuso de meninas, mas a acusada ainda aguarda sentença.

Ela explicou que o esquema de abuso sexual de Epstein envolvia “emprestar” mulheres para “serviços sexuais” a outros homens poderosos.

Segundo entrevista para a BBC, Virginia alega que teve relações sexuais forçadas com o príncipe há mais de duas décadas, em três encontros. O primeiro deles teria acontecido na casa de Ghislaine.

Afastado da vida pública desde 2019, o príncipe nega firmemente todas as acusações. O Palácio de Buckingham afirmou que não comentaria o assunto.

Decisão de juiz pode levar príncipe Andrew a julgamento

O juiz Lewis A. Kaplan, de Nova York, decidiu que o caso pode ser levado a julgamento, o que teria levado ao afastamento definitivo de Andrew de suas funções reais nesta quinta-feira (13).

O caso contra o duque de York poderá ser ouvido ainda este ano. No entanto, o juiz ressalta que sua decisão não determina se há “verdade ou falsidade” na denúncia de Virginia.

Em entrevista ao programa BBC Newsnight em 2019, o príncipe disse que não se lembrava de ter conhecido Virginia Giuffre e que o relato de terem feito sexo nos EUA e no Reino Unido “não aconteceu”.

Porém, uma das evidências apresentadas pela acusação é uma fotografia do duque ao lado de Virginia na casa de Ghislaine Maxwell, o que colocaria Andrew no suposto local onde teria ocorrido o primeiro abuso.

O príncipe afirmou que esteve na casa de Maxwell em Londres anteriormente, mas reiterou não ter conhecido Virginia e disse não ter tirado fotos.

Família Real britânica