O novo milênio chegou e, junto dele, as metas para o futuro que se inicia. É hora de colocar naquela lista de metas a serem cumpridas no ano gastar menos, sair do vermelho, para de entrar no cheque especial, usar menos o cartão de crédito e planejar melhor as finanças. E para que isso aconteça não é preciso se descabelar, nem ficar chorando por horas a fio! A solução não precisa necessariamente ser dada por aquele burocrático e engravatado gerente de banco. Existe na Internet um site que pode, e muito, ajudar e é feito por mulheres. Agora, se o caso é dar aquela força para aquela amiga que está começando um novo negócio, certamente ela vai ter uma alegra notícia: há um banco que dá empréstimos sem aquela burocracia habitual dos bancos e também é coordenado por mulheres. É a perfeita união do útil ao agradável, com um detalhe: feitos por pessoas que te entendem e talvez tenham passado pelo mesmo problema.
Quando voltou dos Estados Unidos, a pós-graduada em finanças Sandra Blanco percebeu que não havia no Brasil um serviço de consultoria financeira que fosse voltado exclusivamente para as mulheres e foi aí que ela teve a idéia de montar o Mulherinvest (www.mulherinvest.com.br). “Lá fora, há vários serviços direcionados às mulheres. Além disso, é necessário que a mulher brasileira dê mais importância ao orçamento doméstico e a estabilidade financeira”, afirma. No ar desde abril do ano passado, o Mulherinvest foi criado com o objetivo de ajudar as mulheres a se tornarem financeiramente seguras e independentes, abordando investimentos e planejamento financeiro. “As mulheres são muito conservadoras na hora de aplicar dinheiro e por isso a procura maior é pelas cadernetas de poupança. Procuro orientá-las para que procurem investimentos mais rentáveis e a fazer investimentos a longo prazo. Elas têm medo do desconhecido e ficam receosas na hora de aplicar em fundos e em ações”, garante.
Com dez anos de experiência no mercado financeiro nacional e internacional e tendo passado por empresas renomadas como a Merril Lynch, Sandra tem experiência de sobra para orientar as meninas em questões relativas a mercados monetários e de capitais, cartões de crédito e contas correntes. E o melhor de tudo, sem cobrar nada por isso. Segundo ela conta, as maiores dúvidas das mocinhas são como sair do cheque especial, como quitar dívidas e como fazer um parcelamento para a quitação da dívida (geralmente monstruosa), do cartão de crédito. “O problema é que as mulheres gastam demais e não sabem como sair das dívidas. Por isso, a maior parte dos emails que eu recebo são de mulheres endividadas. Nestes casos, eu aconselho deixar o cartão de crédito em casa e procurar não gastar mais do que o necessário”, informa. Os próximos projetos do Mulherinvest são promover seminários e boletins informativos para mulheres das classes A/B. “Quero fazer palestras bem explicativas e também fazer um newsletter com uma periodicidade regular para ajudar as visitantes do site”.
Mas vamos sair um pouco do mundo virtual e vamos falar de algo mais concreto. Criado há 14 anos e com sede nos Estados Unidos, o Banco da Mulher é uma excelente pedida para pessoas que já possuem algum tipo de negócio, mas precisam daquele famoso “empurrãozinho monetário”. O Banco da Mulher é uma ONG que tem como objetivo e missão criar alternativas para o desenvolvimento integral da mulher brasileira. É um instrumento para colaborar no crescimento econômico, político e social de mulheres que não encontram oportunidades de crescimento na fina malha social brasileira. Como? Oferecendo empréstimos para mulheres empreendedoras, que já possuem algum tipo de negócio e desejam crescer. Detalhe: os empréstimos são aprovados sem atravessarem aquela infinita guerra burocrática dos bancos normais.
É muito simples: primeiro, a interessada entra em contato com o banco; depois, o banco envia um analista de crédito para verificar o tipo de negócio que a mulher já possui. Feito isso, é verificada a renda total dos membros da família e em cima dos dados obtidos, é aprovada ou não a concessão do empréstimo. Para isso acontecer, o negócio tem que existir há pelo menos seis meses e é obrigatória a apresentação de um fiador com comprovação de renda. O primeiro empréstimo pode ser de até mil reais e, havendo necessidade, são concedidos novos empréstimos de até três mil reais. A taxa de juros é de 4,5% ao mês, o pagamento pode ser feito em até seis parcelas e, nelas, é incluída uma taxa de cadastro no valor de 6% do valor do empréstimo. Para a emissão do carnê é cobrada uma taxa de R$10,00.
Segundo dados do banco, mais de mil mulheres já foram atendidas e há casos de sucesso espetacular. Mas não pense que o banco serve somente para dar empréstimos. Como é uma entidade sem fins lucrativos, eles oferecem cursos gerenciais para uma melhor orientação sobre administração do dinheiro, cálculo de preço dos produtos e no dia 8 de março, oferecerá o curso “Tendências da Moda no Inverno”, para aquelas que querem ficar antenadas com as tendências da próxima estação. Afinal de contas, segundo o banco, os maiores investimentos são feitos na área de confecção e comidas. “Normalmente, as mulheres que nos procuram são muito lutadoras e precisam administrar o lar e a vida profissional simultaneamente. Então, elas trabalham, na maioria das vezes, na própria casa”, explica uma funcionária do banco. Inclusive, os cursos oferecidos pelo banco têm o apoio do SEBRAE-RJ. As informações sobre o curso podem ser obtidas no telefone (0xx21)240-0064.
Muito bem, matamos dois coelhos com uma cajadada só. Se a sua vida financeira anda meio fora do prumo, o Mulherinvest pode ser uma ótima opção para um possível momento de desespero. Por outro lado, o Banco da Mulher é uma boa pedida para que aquelas mulheres que estão começando um negócio, e não têm condições de continuá-los, não entrem em crise. Não é o máximo?