Situação um: você se formou em uma das maiores faculdades do exterior, possui vários MBAs, especializações diversas e até pós-doutorado, mas não sabe o que fazer com isso tudo ou, simplesmente, não está feliz com o rumo que sua carreira está tomando. Situação dois: você é uma executiva de sucesso, só que quer buscar resultados ainda melhores. Situação três: você está em início de carreira e quer ajuda para tomar situações acertadas. Existe uma solução para esses três e tantos outros casos, que se resume a uma única palavra – coaching. Este termo, muito em voga ultimamente, tem sido uma das escolhas feitas para alavancar a vida profissional.
A palavra coaching vem do inglês treinamento. É um processo de desenvolvimento do profissional para que ele saiba gerir a própria carreira, melhorar seu desempenho e se sair bem de situações adversas. Assim como um técnico esportivo (origem do termo hoje usado no mundo corporativo), o coach vai ajudar a definir metas, treinar competências e identificar o que falta para que o profissional atinja seus objetivos. Segundo Jairo Mancilha, coach da InCoaching, Instituto Internacional de Coaching, no Rio de Janeiro, o treinamento não fornece respostas ou aponta soluções, mas, sim, trabalha com perguntas para provocar mudanças no cliente “O coach é um parceiro do profissional. Dá apoio e, principalmente, feedback para o cliente”, explica ele.
Estímulo profissional
O coaching engloba diversos aspectos para inspirar e mover o cliente. Através de perguntas e, por vezes, algumas tarefas e desafios, o indivíduo é estimulado a mudar algumas atitudes. Mas não é um simples aconselhamento. Através da reflexão, as pessoas estabelecem metas e prazos para a realização das mesmas. “Não se pode ver o coach como uma muleta ou uma terapia, um divã. É um estímulo e fonte de inspiração para ele alcançar o estado desejado”, esclarece Roque Cezar de Campos, coach internacional da R.C. Coaching, em Campinas.
Existem vários tipos de coaching, mas podemos dividir de maneira geral em dois grupos: o executivo e o pessoal. O primeiro visa a capacitação de executivos para atuarem de acordo com os valores, missão e objetivos da empresa, em equilíbrio com os prazeres e metas pessoais do cliente. O segundo, a realização pessoal, alinhando as metas com a missão e o propósito de vida do cliente. O coaching pessoal não pode ser confundido com terapia. “Não trabalhamos com patologias. Não olhamos para o passado e as causas, mas para o futuro. Focamos a solução para gerar resultados rápidos”, esclarece Jairo. Roque concorda: “A pessoa sai de vítima das circunstâncias para senhor do seu destino”, ilustra.
Investimento
Quem mais procura o serviço são executivos e jovens em início de carreira. Mas a ajuda não se resume à vida profissional apenas. “É uma ferramenta importante para ajudar mulheres que desempenham vários papéis ao mesmo tempo: de profissional, mãe, mulher”, exemplifica Roque. Para ter esse auxílio, a pessoa deve desembolsar algo em torno de R$ 200,00 para o coaching pessoal e cerca de R$ 400,00 para o executivo. Normalmente são necessárias 10 a 20 sessões, no entanto, se as dificuldades são mais pontuais, pode-se resolver com duas sessões apenas.
Quem decidiu pedir ajuda a um coach foi João Henrique Guimarães. Em fase final de doutorado, o engenheiro mecânico percebeu que precisava de uma orientação para melhorar seus resultados e ajudar na elaboração da sua tese. “Costumo dizer que as pessoas vão às academias pra treinarem os músculos e melhorarem sua condição física, mas a mente também é assim. Precisa ser cuidada e exercitada com novas idéias, pessoas, programas. Processar todas essas informações de maneira saudável não é fácil. No caso do coaching, senti a necessidade de ter alguma coisa mais específica e contatar um profissional que entendesse bem a minha condição de doutorando e as dificuldades relacionadas a isso”, explica João.
Cuidado ao escolher o coach
Ao procurar ajuda de um profissional, a pessoa deve se cercar de alguns cuidados. Não existe nenhum pré-requisito para uma pessoa tornar-se um coach. Geralmente são pessoas com curso superior e grande bagagem de vida. Para evitar decepções e prejuízos financeiros, recomenda-se que a pessoa verifique o currículo e o tempo de experiência do coach. Segundo Roque, ele deve ter um certificado em institutos europeus e norte-americanos como o ICC (International Coach Community), além de credenciais e referenciais. Os antigos clientes também são boas fontes de informação.
Satisfeito com o investimento, João Henrique garante que, com a orientação, soube definir prioridades, organizar melhor o tempo, redefiniu horários de acordo com seu rendimento. E estipulou um sistema de recompensa: a cada meta alcançada, ele se premia com uma viagem ou atividade prazerosa. Mas, ele faz uma ressalva. Não é porque você tem um coach que o trabalho diminui. Muito pelo contrário. “Aí está o ponto. O objetivo final continua lá onde sempre esteve. O coach me ensinou a focalizar mais aonde quero chegar, mas o esforço é todo meu. Não existem milagre nem fórmula mágica. A ajuda é pra reduzir o desgaste desnecessário de energia a um mínimo, e a esclarecer os objetivos. O esforço é cada um que tem que fazer”, sentencia.
Serviço:
InCoaching – Instituto Internacional de Coaching
Dr. Jairo Mancilha – coach
Tel.: (21) 2551-7647
R.C. Coaching
Roque Cezar de Campos – coach internacional
Tel.: (19) 3243-3249 / (19) 81753772