Em meio a marasmo, gestor garimpa oportunidades na bolsa; veja boas opções

SÃO PAULO – A Bolsa de Valores de São Paulo não consegue deslanchar e, há alguns anos, vêm perdendo para outros investimentos muito mais conservadores, como a própria renda fixa. No entanto, é importante lembrar que este desempenho ruim é considerado com base no Ibovespa (principal índice da bolsa e que reúne as ações mais negociadas). Se olharmos para ações que estão fora do índice, muitas estão com desempenho bastante favorável.

Por conta disso, a capacidade dos gestores de avaliar boas possibilidades “fora do óbvio” têm um peso cada vez mais importante. Em entrevista ao programa Money Talks, apresentado por Alessandro Tommasi, o sócio e gestor da G5 Evercore, André Zylberberg, selecionou alguns papéis que podem ter um bom desempenho e trazer retornos interessantes no longo prazo. Confira:

Alpargatas
O gestor aponta que a Alpargatas, dona da marca Havaianas, é uma empresa com bom potencial de crescimento e deve ser olhada com atenção. “É uma empresa que, na nossa avaliação, está vendendo claramente a múltiplos 40% abaixo do seu potencial de crescimento”, diz Zylberberg.

Ele aponta que a borracha tem um peso grande nos custos da companhia e este preço depende exclusivamente do preço do petróleo internacional. “O preço da borracha oscila e, como depende da cotação do petróleo, fica mais difícil de prever”. No entanto, ele ressalta que a tendência do preço do petróleo não é de alta. “Estamos vendo uma produção de petróleo e gás crescendo bastante nos EUA. Pela primeira vez nos últimos 20 anos, vemos a oferta crescendo mais do que a demanda”, afirma.

Segundo ele, a empresa também tem um projeto de expansão muito claro. “Estamos muito otimistas de que a empresa vai dar um grande salto de cescimento nos próximos três anos e achamos que o mercado não está precificando nada disso”, disse.

Assista a entrevista sobre Alpargatas na íntegra

Tegma e Julio Simões Logística
Para o gestor, as empresas de logística Tegma e Julio Simões Logística (JSL) também têm boas perspectivas. “No Brasil, onde vemos juros e inflação caindo, vemos as empresas tendo que ser cada vez mais especializadas e tendo que terceirizar para outros aquilo que eles podem fazer melhor, como a logística”, disse.

No caso da Tegma, ele aponta que a empresa possui uma logística muito bem feita, com armazéns estrategicamente localizados e uma rede de distribuição muito bem trabalhada. “A empresa presta um serviço que a deixa tão misturada com a operação do dia a dia que é muito difícil cliente trocá-la por outra”, disse.

No caso da JSL, ele lembra que a empresa também faz um trabalho muito próximo com o cliente, procurando. “Eles procuram melhorar os processos e cobram por isso uma taxa de retorno já esperada. À medida que o custo do cliente for baixando, ele vai tendo um dispêndio muito menor. Ele economiza em capital de giro do que se tivesse fazendo e pode concentrar recursos no que faz melhor”, aponta. “JSL está barata para o que a gente enxerga de crescimento. Tegma está no preço justo, mas em compensação achamos que vai ter crescimento maior que o da bolsa”, conclui.

Assista na íntegra a entrevista sobre Tegma e Julio Simões Logística