Entrevista final

Passado o tormento da dinâmica de grupo, é hora de concentrar todas as forças para a etapa final da seleção: a entrevista. Muitos preferem o tête-à-tête aos exercícios e atividades coletivas, simplesmente porque esta etapa depende somente do candidato. Mas, nesta hora, todo cuidado é pouco e qualquer deslize pode fazer você dar adeus ao cargo almejado. Finalizando a série de reportagens sobre as etapas de um processo seletivo, conversamos com consultores sobre estes minutos decisivos em frente ao entrevistador.

A entrevista

De todas as etapas de um processo seletivo, a entrevista é aquela em que não adianta fazer lista de truques nem de macetes, muito menos tentar fazer tipo. É simplesmente olho no olho e muita boa sorte. Extremamente subjetiva, esta fase requer determinação e objetividade do candidato. E, claro, contar com a sorte de o entrevistador simpatizar com você.

Não há meios de se preparar para uma conversa. Algumas atitudes, porém, ajudam e dão ferramentas para o candidato desenvolver suas colocações. Aquele velho conselho: conhecer a empresa e o perfil da vaga é mais útil do que se possa imaginar. Com estes dados, o candidato pode levantar as habilidades e competências que podem ir ao encontro das necessidades do entrevistador. “O entrevistador quer verificar se você tem o perfil desejado para a vaga. Se você sabe o que eles querem, fica mais fácil de demonstrar que é o candidato ideal”, afirma Frederico de Mello Eigenheer, sócio-gerente da Eigenheer Recursos Humanos.

Colhendo informações

Segundo Frederico Eigenheer, quanto mais informação o candidato colher para a etapa, melhor. “Um bom candidato é bem aceito não só pelas respostas que ele dá, mas sim pelas perguntas que ele faz. Isto demonstra interesse”, explica. Para o consultor, mais do que demonstrar vontade em trabalhar na empresa, esta conversa é uma ótima oportunidade para que o candidato avalie se quer realmente o emprego. “Os dois lados vão verificar e analisar se existe compatibilidades entre eles e o trabalho. É uma relação dupla”, afirma, lembrando que a discussão deve ser de igual para igual.

Outra dica recorrente, mas sempre importante, é não mentir. Parece bobagem, mas Frederico garante que não. A pessoa diz que tem inglês fluente no currículo e quando está na entrevista afirma que não é bem assim, que está com o idioma enferrujado. Segundo ele, isto não pode acontecer. Para Carolina Canhe, consultora de recursos humanos do Grupo Catho, o que a pessoa pode fazer é omitir dados. “Não minta, porque estas características serão testadas e comprovadas no dia-a-dia e será muito pior para o candidato depois”, afirma ela.