Etapa 19

Nas duas últimas etapas falamos sobre a conquista daqueles que são considerados os dois maiores objetivos financeiros das pessoas: a previdência para a aposentadoria e a casa em que se vai viver. Esses dois objetivos costumam representar as duas maiores dívidas que as pessoas incorrem em suas vidas. A casa, porque normalmente se adquire por financiamentos de longuíssimo prazo; e a previdência, porque exige disciplina mensal de décadas seguidas. Ainda que para muitos a previdência seja considerada como investimento, eu aprecio enxergá-la como uma dívida que devemos ter conosco mesmos, qual seja a de garantir uma velhice digna e de qualidade, dado que isso deixou de ser obrigação de quem quer que seja e passou a ser nossa mesmo.

Faça projeções de mensalidades para alguns cursos e converse com algum especialista em finanças para que ele possa orientá-la sobre quais seriam os melhores investimentos para seu filho

Existem ainda dois grandes objetivos financeiros de maior prazo, mas eles nem sempre valem para todo mundo: garantir a universidade dos filhos e a abertura do próprio negócio.

Garantir a universidade dos filhos é tarefa insana quando consideramos que no mesmo período do ciclo de nossas vidas (entre 30 e 50 anos, em média) temos que estar nos preocupando com o nosso próprio futuro, ou seja, guardar dinheiro para a aposentadoria. Mas, enfim, este é um fato. E um fardo bem complicado de se carregar. Quem tem crianças precisa se preocupar com o futuro delas, ao menos encaminhá-las. Afinal, não se tem filhos para deixá-los à mercê da própria sorte.

Sendo esse um dos seus objetivos, sugiro verificar quais são as possibilidades que você tem de começar a poupar imediatamente para ele ou eles. Mas preste atenção: essa nunca deve ser considerada a sua prioridade número um. A mais importante ainda é cuidar de si próprio. Ao tomar conta direitinho do seu próprio futuro, você não verá a situação se inverter alguns anos lá na frente, ou seja, seus filhos tendo que cuidar de você. Essa é a pior visão de futuro que podemos vislumbrar: em algum momento passar a depender financeiramente dos nossos próprios filhos.

Gosto de lembrar às pessoas que é sempre possível conseguir algum financiamento para estudar – ainda que não seja o ideal – mas nenhum banco, nem ninguém no mundo emprestará dinheiro para que você viva uma velhice com dignidade. O que quero ressalvar é que ninguém emprestará dinheiro para você envelhecer, aliás, diga-se de passagem, seja com dignidade ou não.

Repito: ninguém financia a velhice. Esta é a dura e cruel realidade.

Voltando à questão da faculdade, alguns passos podem ser tomados com antecedência. Faça projeções de mensalidades para alguns cursos e converse com algum especialista em finanças para que ele possa orientá-la sobre quais seriam os melhores investimentos para seu filho – que dependerá, entre outras coisas, das suas características individuais como sua renda, sua capacidade de poupança, a localidade onde você mora (e crê que seu filho cursará a faculdade) e o número de pessoas em sua família.

Um curso de graduação pode custar entre R$ 100 mil a R$ 250 mil, dependendo da faculdade e de custos outros como transporte, alimentação e moradia (especialmente se for em outra cidade). Não é pouca coisa. Por isso, quanto mais cedo você começar a reservar dinheiro para tal objetivo, melhor.

Na próxima semana falaremos sobre a abertura de negócios. Até lá!