Para muitas pessoas, a empolgação de ter um lugarzinho nos shows da turnê “Nossa História” de Sandy e Junior foi trocada por indignação: a fila eterna para conseguir os ingressos para os eventos transformou a compra, pela internet e presencialmente, em um caos sem precedentes.
Uma fã resolveu entrar com ação judicial questionando a quantidade de ingressos vendida por pessoa, e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) acolheu o processo e o pedido de tutela de urgência feito pela advogada dela. Agora, a empresa responsável pelo evento e o site em que as entradas foram disponibilizadas devem apresentar “relatório minucioso das vendas”, informando a quantidade de ingressos vendidos por comprador.
Caso sejam encontradas irregularidades, um tipo de ingresso precisará ser até devolvido e colocado à venda novamente. Entenda o caso.
Ingressos de Sandy e Junior na Justiça: problemas nas vendas
Nas últimas semanas, um “misto de prazer e agonia” se instaurou na vida de quem estava correndo atrás de ingressos para os shows de Sandy e Junior.
Por conta da confusão da venda de ingressos, o juiz titular da 14ª Vara Cível de Brasília emitiu uma decisão, publicada nesta quinta-feira, 28 de março, para que as empresas Ingresso Rápido e Live Nation sejam transparentes a respeito da quantidade de ingressos liberados por CPF do comprador.
Em sua decisão, o juiz Luis Carlos de Miranda determinou que as empresas:
As entradas para a turnê Nossa História foram vendidas em pré-venda para clientes do cartão Elo e abertas ao público geral em duas ocasiões (após terem sido anunciados shows extras).
Nas redes sociais, muitos fãs lamentaram a organização da venda, que abriu uma “fila virtual” e nacional, ou seja, interessados do País inteiro aguardavam a liberação sequencial das senhas, sem a divisão por locais de show, uma hora antes do horário divulgado (meia-noite).
Há também relatos de abusos nas filas presenciais, como presença de cambistas. Resultado: os ingressos não foram suficientes para a quantidade de gente que estava bastante ansiosa para ver os irmãos juntos no palco novamente após 12 anos de hiato.
Frente ao processo da fã, o juiz ponderou que “os fundamentos apresentados pela parte [ou seja, pela fã] são relevantes e amparados em prova idônea, permitindo-se chegar a uma alta probabilidade de veracidade dos fatos narrados”.
“Efetivamente, mostra-se, no mínimo, estranha, a demanda tão grande, por um meio restrito (clientes com cartão ELO), ainda mais com a limitação de ingressos de 6 por CPF (se meia entrada, de apenas 2), e de forma repetida em todas as cidades em que ocorrerão os shows”, pontuou.
Limite de ingressos por CPF
A Justiça pede em caráter de urgência que seja analisada se a regra de 6 entradas inteiras e 2 meias-entradas por CPF foi cumprida. Caso sejam constatadas irregularidades, é possível que essas compras sejam canceladas e os ingressos, colocados à venda novamente.
Conforme a decisão, a Ingresso Rápido e a Live Nation têm cinco dias corridos para se pronunciarem, sob pena de multa diária de R$ 1 mil a R$ 50 mil.
O que dizem as empresas
Ao VIX, a assessoria de imprensa da Ingresso Rápido afirmou que “ainda não foi notificada formalmente”, na tarde desta quinta-feira, 28 de março. De fato, o mandado foi expedido pela Justiça no início da tarde desta quinta.
Em sua conta no Instagram, A live Nation publicou uma nota de esclarecimento ao público em que reforça que limitou “a venda a 6 ingressos por pessoa/CPF” e que é “expressamente contra a atividade de cambistas”.
“Estamos atentos à situação, tomando as providências cabíveis e incentivamos todos a denunciar caso tenham conhecimento de tal prática e a não comprar ingressos em canais não oficiais”.
https://www.instagram.com/p/BvjwktFhIyH/
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