O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizou uma pesquisa para testar a qualidade dos azeites de oliva comercializados no Brasil e 59,7% das marcas foram reprovadas pela fiscalização. Ao todo, 107 marcas de 65 empresas diferentes foram avaliadas pelo Governo.
Fiscalização reprova mais da metade dos azeites brasileiros
Batizada de Operação Isis, a avaliação mostrou que apenas 39 empresas tiveram seus produtos aprovados pelos testes, com 108 lotes aptos para o consumo. Do restante, 26 empresas tiveram 160 lotes reprovados.
Os azeites impróprios foram identificados depois que o Ministério solicitou a nota fiscal de saída dos produtos e a comprovação de compra da matéria-prima aos produtores. As empresas fraudulentas não apresentaram a documentação exigida que garantiria a qualidade deles.
Após a operação, o Governo apreendeu cerca de 300 mil litros de azeites irregulares e também 400 mil litros de produtos classificados como “azeite”, mas que, segundo o MAPA, deveriam ser classificados como tempero.
“O número de fraudes ainda é expressivo, mas o trabalho de melhoria do produto continua,” disse Fátima Chieppe Parizzi, Coordenadora-geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Não vamos desistir. Nosso objetivo é orientar o consumidor. É muito difícil para ele saber o que é azeite de oliva conforme e não conforme.”
De acordo com o Ministério, a fraude mais comum é a mistura do azeite de oliva com outros tipos de óleos. A multa para esse tipo de infração é de, no mínimo, 5 mil reais, além do acréscimo de 400% do valor da mercadoria fiscalizada. Por lei, esse valor não pode ultrapassar 540 mil reais.
Veja a lista completa de marcas reprovadas e aprovadas:
Marcas de azeite reprovadas pelo Governo
Aldeia da Serra, Andaluzia, Anna, Barcelona, Casablanca, Castelo Real, Chef Ávilo Clássico, Conde de Torres, Do Chefe, Dom Cabral, Dom Gameiro, Donana Premium, Don Léon, Faisão Real, Faisão Real Gourmet, Fátima, Figueira da Foz, Imperatore, Lisboa, Lisboa Premium, Lisboa Tipo Único, Malaguenza, Mariza, O Vira, Olivenza, Paschoeto, Pazze, Porto Galo, Porto Valência, Pramesa, Quinta D’Aldeia, Quinta da Boa Vista, Quinta do Cais, Quinta do Fijô, Restelo, Rioliva, San Domingos, Santa Isabel, Serra de Montejunto, Temperatta, Tordesilhas, Torezani Premium, Torres de Mondego, Tradição, Vale Fértil e Vila Verona.
Marcas de azeite aprovadas pelo Governo
Alianza, Andorinha, Andorinha Tipo Único, Báltico, Beirão, Belo Porto, Bom Dia, Borges, Borges Clássico, Borges Tipo Único, Carbonell, Carrefour, Castelo, Coccinero, Coimbra, D’Aguirre, De Cecco, Dia %, Dia % Tipo Único, DOP Sardegna, EA, Felippo Berio, Fiord’Olio, Fonte Mouro, Gallo, Gallo Tipo Único, Great Value, Herdade do Esporão, L’Olio de Cecco, La Española, La Violetera, Le Terrazze, Maria, Monde, Monini, Monte Santo Adrião, Nova Oliva, Olitalia, Oleificio del Golf, Olivas do Sul, O-Live, Oliveira da Serra Classico, Paganini Grezzo Naturale, Pala D´Oro, Rafael Salgado, Rahma, RAR, Renata, Romulo, Sanmarco, Serrata, TAEQ, Terra De Camões, Terra de Camões Tipo Único, Terrano, Terrano Tipo Único, Verde Louro, Verdeal, Verdemar, Vilamoura e Y Barra.
Resposta das marcas
Em nota à redação após a publicação da matéria, a Natural Alimentos, responsável pela marca Lisboa, esclarece que por iniciativa própria e em consonância com os órgãos reguladores retirou do mercado todos os produtos descritos na reportagem há mais de um ano e seis meses. Dessa forma, hoje não há sequer um desse item em mercados e varejistas do país. A empresa reforça que cumpre a legislação brasileira em todos os aspectos em que atua e que atualmente são envasados pela Natural Alimentos óleos mistos e temperos a base de azeite de oliva saborizados, adequados à legislação brasileira e, portanto, com produtos de qualidade e procedência autênticas.
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