Poderosas! > Era feminina

por | jun 30, 2016 | Notícias

Muitas outras mulheres também tiveram representatividade em momentos distintos da história. Porém, a participação feminina na política tem crescido bastante na última década. No Brasil, já elegemos diversas governadoras e algumas mulheres já se arriscam a tentar chegar à presidência. Se em terras tupiniquins as mulheres ainda não chegaram lá, em outros países a realidade é bem outra, inclusive com o nosso vizinho, o Chile.

Ano passado, a médica pediatra Verónica Michelle Bachelet seria foi eleita presidente do Chile, com mandato até 2010. No seu currículo, estão ainda o ministério da saúde do governo Ricardo Lagos e também o ministério da defesa. Michelle Bachelet possui uma história política muito rica. É ex-prisioneira da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), pela sua participação no Partido Socialista.

Como presidente, assinou uma lei que garante a gratuidade do sistema público para maiores de 60 anos, criou uma comissão para fazer a reforma do sistem previdenciário, com pessoas do governo, mas também da oposição. Já no começo do governo, conquistou o apoio de 60% da população, mesmo com algumas decisões polêmicas como a aprovação do projeto de lei que regulariza a subcontratação de trabalho e da lei que regula o consumo de tabaco. Tem enfrentado muitos problemas na área social, com protestos de estudantes que querem reformas estudantis.

Assim como no Chile, a Alemanha também tem uma mulher no poder, desde 2005. Porém, como chanceler, cargo equivalente ao primeiro-ministro, mas com um poder muito maior. Angela Merkel será a oitava chanceler alemã desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), substituindo Gerhard Schröder, que ficou sete anos no poder. Mas é a primeira mulher a ocupar o cargo. Assim como Margaret Thatcher, tem sido chamada de “dama de ferro”.

Física de formação, Angela Dorothea Merkel, 54 anos, inciou sua vida pública aos 17, integrando-se à Juventude Livre Alemã, principal movimento jovem no período da República Democrática Alemã (RDA, ex-Alemanha Oriental). Em 1989, filia-se ao Demokratischer Aufbruch, movimento político de oposição da antiga Alemanha Oriental que apoiava a reunificação das duas Alemanhas e também ao CDU, Partido Democrata-Cristão, em 1990. Neste mesmo ano, foi eleita membro do Parlamento Alemão pelo Estado de Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental (noroeste da Alemanha).

Entre 1991 e 1994, foi ministra para a Questão da Mulher e da Juventude. De 1994 a 1998, assumiu o Ministério do Meio Ambiente e da Segurança Nuclear. Em 2000, foi eleita presidente da CDU, cargo que ocupa até hoje. Atualmente, tem como maior desafio diminuir as taxas de desemprego alemãs, que aumentaram muito nos últimos anos. Ela é partidária de amplas reformas econômicas, mas matem uma posição centrista em questões como aborto e homossexualidade. Chancele de um dos países mais ricos do mundo, ela já mandou o seu recado: “Hoje a Alemanha é nossa. Amanhã será o mundo inteiro”, disse ela.

O ano de 2005 também foi o ano da eleição da liberiana Ellen Johnson-Sirleaf, 67 anos, como presidente com 59% dos votos. Ela é a primeira chefe de estado de um país africano e foi eleita por maciça participação feminina. Ela tem um grande desafio de unir o país, abalado por uma guerra civil que durou 14 anos, restaurando a ordem e o império da lei no país. Nada como o perfil conciliatório de uma mulher…

Tio Sam? Que nada!

Quem diria que os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, tivesse tantas mulheres em destaque. Hoje, se o presidente George W. Bush e o vice Dick Cheney tiverem algum problema e ficarem impedidos de comandar o país, quem assume o cargo é Nancy Pelosi, 66 anos, é a segunda pessoa na linha sucessória presidencial. A deputada democrata entrou para a história americana nesse janeiro de 2007 ao se tornar a primeira mulher a presidir a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, sendo o principal elo entre o governo republicano de Bush e o Congresso norte-americano.

Quem também se destaca é a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice. Empossada em 2001, é a segunda afro-americana (após Colin Powell) e segunda mulher (após Madeleine Albright) a deter o cargo. Formada em Ciência Política pela Universidade de Denver, tem 53 anos, e é uma das mulheres mais importantes do mundo, braço direito do presidente Bush, e quem lida com a parte internacional do governo norte-americano. Seu nome é uma corruptela do termo musical italiano con dolcezza, que significa “com ternura”.

Mas, quem ultimamente tem se destacado muito, ainda não assumiu um cargo a nível nacional. Ainda. Mas, de história para contar, ela tem muita. Imagine a situação: você é primeira-dama do país mais poderoso do mundo. Isso significa que você é alvo de atenções, flashes, notícias e sua vida está exposta aos olhares censores de muitas pessoas, entre elas, inimigos políticos. Embora a posição traga muito conforto e várias oportunidades, qualquer deslize é fatal. Sua vida está indo muito bem, até que um escândalo envolvendo seu marido toma proporções dantescas: ele se envolve sexualmente com uma estagiária da Casa Branca. De problema conjugal, a pulada de cerca vira problema político. O que você faria se estivesse no lugar dela? Assumiria o papel de vítima? Se separaria do seu marido, o presidente dos Estados Unidos? Perdoaria a traição?

Ela preferiu não bancar a coitadinha: encerrou o assunto com um tapa na cara do marido, escreveu um livro para exorcizar de vez o problema, aproveitou a situação para se lançar na carreira política e, definitivamente, deu a volta por cima, fazendo história na política estadounidense. Hillary Diane Rodham Clinton foi a primeira mulher a tomar posse como senadora pelo estado de Nova York e, ao que tudo indica, se prepara este ano para a corrida presidencial.

Desde cedo se preparou para assumir um cargo político. Em 1969, matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Yale. Advogou por muitos anos e chegou a ser considerada uma das melhores advogadas dos EUA pelo jornal “National Law Journal”. Enquanto o marido Bill Clinton foi governador do estado de Arkansas, sempre se mostrou uma primeira-dama participativa e atuante, mantendo esse perfil quando ele foi eleito presidente.

Hillary buscou recursos para a pesquisa do câncer de mama e de vacinas infantis, ajudou programas de educação, cuidados com a saúde e igualdade de oportunidades para mulheres e meninas de todo o mundo. Por conta desse trabalho social, recebeu prêmios Fundação Humanitária Elie Wiesel e o Prêmio Martin Luther King.

Depois que o mandato de Bill Clinton acabou, ela decidiu ir à fundo no mundo da política. Quem sabe, em breve, ela não se torna a mulher mais poderosa do mundo? É esperar para ver. Mas, que elas estão chegando lá, isso estão. E com muito charme…