As exigências do Protocolo de Kyoto têm sua razão de ser. Até o início do século 20, as empresas praticamente só se preocupavam com a produção. Depois, foi a hora de prestar mais atenção ao preço, à qualidade dos produtos e ao desenvolvimento da marca. O relacionamento com o cliente só foi mesmo ganhar importância após os anos 70, quando surgiram os primeiros movimentos de defesa do consumidor e os protestos das ONGS em relação aos impactos que os processos produtivos empresarias causavam à saúde e ao meio ambiente. Diante dessa mudança, os consumidores passaram a prestar mais atenção nas atitudes das empresas e a tomar decisões de compra com base na forma como elas se relacionam com a sociedade e o meio ambiente. Afinal, não são poucas as denúncias de trabalho escravo e trabalho infantil, sob condições desumanas, além da poluição e danos ao planeta em todo o mundo.
A maior parte das empresas tem programas genuínos de responsabilidade social corporativa, mas o grande desafio delas é comunicar o que é feito
Hoje, os consumidores são capazes de valorizar quem tem uma atitude social e ambientalmente responsável e boicotar quem não liga para isso. Desde então, as empresas vêm passando por uma revisão de valores, que abrange sua relação com todos aqueles com quem se relacionam, os chamados stakeholders – funcionários, investidores, consumidores, clientes, concorrentes, órgãos do governo, meio ambiente e, claro, a sociedade. São programas de responsabilidade social que envolvem atividades de educação, geração de renda, alfabetização, esporte, arte, cultura, cidadania, saúde e desenvolvimento profissional, com o objetivo de proporcionar qualidade de vida aos funcionários, às comunidades do entorno das empresas e também a famílias de baixa renda, com foco em pessoas das mais variadas faixas etárias.
O meio ambiente também tem recebido bastante atenção, com a criação de programas de neutralização das emissões de carbono, de plantio planejado de árvores, reciclagem, oferecimento de cursos e oficinas voltados às questões ecológicas, desenvolvimento de programas de preservação ambiental para instituições de ensino fundamental e médio, entre outras iniciativas. Muitos deles trazem reais benefícios às comunidades, mas nem todos são bem vistos.
“A maior parte das empresas tem programas genuínos de responsabilidade social corporativa, mas o grande desafio delas é comunicar o que é feito. Muita gente está cética quanto a essas iniciativas e questiona se o que as empresas estão dizendo e fazendo por seus stakeholders é legítimo. “Apesar disso, temos diversas empresas estabelecendo sérios compromissos de sustentabilidade para manter a qualidade de vida das gerações de amanhã”, comenta Raquel Diniz, coordenadora de Capacitação Comunitária do Instituto Akatu.