Talentos do Brasil > O que produzimos

A diversidade de produtos tipicamente brasileiros faz com que as cooperativas femininas decolem, inclusive, para o exterior. Diversos países já se encantaram com as peças. Agora, veja você o que nós estamos mostrando lá fora:

Norte – A fibra de turuvi é a grande aliada das artesãs da Ilha de Marajó, no estado do Pará. Cerca de 40 mulheres estão envolvidas no projeto por lá, criando bolsas, chapéus, bonecas e luminárias.

No Amazonas, o artesanato muda de figura. As 39 artesãs das margens do Rio Madeira e de Manicoré usam a fibra de juta, cipó ambé e tiririca, sementes, sobras de madeira e de látex, com um toque de coloridos detalhes em chita.

Os municípios de Aguiarnópolis, Tocantinópolis, Nazaré, Luzinópolis, São Bento e Araguantins no Tocantins são os responsáveis por produtos como bolsas de pastilha de babaçu, biojóias, jogos americanos, cestaria e esteira de palha. No estado já são 90 artesãs envolvidas.

Nordeste – O grupo Linho dos Lençóis e Mãos das Águas é o destaque do Nordeste. Cerca de 250 artesãs dos municípios de Barreirinhas e Tutóia, a 440 quilômetros de São Luís, no Maranhão, trabalham com a palha do buriti. Desta planta típica da região saem peças em crochê, “ponto batido” (tecelagem manual usada na confecção de redes) e macramé.

Já o Piauí está acostumado a levar às passarelas colares, brincos, gargantilhas, pulseiras e anéis em prata e opala – pedra semi-preciosa, extraída dos garimpos de Pedro II, no Norte do estado, e presente só por aqui e na Austrália. As coleções são criadas a partir do envolvimento de cerca de 100 pessoas, entre garimpeiros e lapidadores.

O agreste paraibano também marca presença nas cooperativas. De lá surgem os bordados labirinto e a renda renascença, aplicadas em peças como saias e bolsas. A seda e o crepe são utilizados com maestria pelas 50 artesãs do projeto Dois Pontos, dos municípios de Alagoa Nova, Ingá, Riachão do Bacamarte, Serra Redonda e Juarez Távora.

A comunidade semi-árida de Varjadas, no município pernambucano de Passira, a 112 quilômetros do Recife, é a sede do projeto Bordados que Brotam. A técnica, passada de geração em geração, é uma alternativa de renda para as mulheres que ali vivem.

A Bahia é um celeiro de talentos em artesanato. No litoral norte, o projeto Lá e Cá reúne 200 artesãs para trabalhar no trançado de piaçava – palmeira nativa e endêmica do estado. O resultado? Bolsas, chapéus e pulseiras dos mais diferentes tipos. Saindo do litoral rumo ao sertão, o destino é o município de Santa Rita de Cássia, a mil quilômetros de Salvador. As bordadeiras do Canções de Bordar fazem de tudo um pouco: almofadas, echarpes, cortinas e bolsas feitas com a tradicional fita baiana, bordadas de cantigas de roda. Já em valente, município a 260 quilômetros da capital, a Cooperafis cria produtos de sisal, fibra natural típica da região.

Centro-Oeste – No Mato Grosso do Sul, a pele de peixes como pacu e tilápia vira bolsas e mantas. Mais de 60 artesãs, esposas de pescadores da região, participam do Projeto Mulher Peixe, que também usa as escamas como apliques.

Já em Brazlândia, no Distrito Federal, as atenções são voltadas à palha de milho e à de taboa. Com elas, as artesãs do projeto Palha Dourada produzem bolsas, pastas para eventos, cestas, flores, sacolas e caixas.

Sudeste – O estado de Minas Gerais é cheinho de cooperativas que ajudam a movimentar a sustentabilidade da região. Linha do Horizonte, de Novorizonte; A Cara do Sertão, de Salinas; e o Palavras Bem Ditas, do Triângulo Mineiro, são alguns dos projetos que usam as técnicas de costura, crochê, adereços de pedras e bordados. O grande destaque fica por conta das artistas de Ituiutaba e Centralina, que elaboram peças decorativas e bijuterias com o bagacilho da cana de açúcar.

Para a artesã Fátima Elizabete Gonçalves Ferreira, da Associação de Artesãs de Carneirinho, o bordado uniu o grupo. “Antes todo mundo bordava, cada uma em sua casa. Agora o pessoal sai de casa, se reúne, firma vínculos de amizade e uma dá apoio à outra”, comenta a artesã.

No Rio de Janeiro, 12 mulheres do Grupo Tranças e Tramas vivem do artesanato feito em taboa, que tratada e trançada com arte, produz pufes, bolsas, colares e utilitários. O grupo, formado por esposas de pescadores, fica no distrito de Barra do Furado, a 250 km da capital.

Sul – Os municípios de São Borja, São Gabriel, Santana do Livramento e Uruguaiana, localizados na fronteira com o Uruguai ou a Argentina, no Rio Grande do Sul, têm algo em comum. Todos se uniram na criação da coleção Crioula. Peças como bolsas, echarpes e bijuterias são produzidas a partir de lã de ovelhas e da crina de cavalos, que passam por um processo de tingimento e fiação.