Pelo visto não são apenas os taxistas que estão preocupados com a ascensão do Uber. Após malsucedida tentativa de parceria com o aplicativo de caronas, a marca automotiva Volkswagen anunciou uma divisão de negócios digitais que deve ir além da comercialização de carros.
A ideia da Volkswagen é oferecer um serviço de transporte individual a partir de 2017 em países como Europa, Estados Unidos e China. O projeto recebeu o nome de Moia.
Para isso, a marca alemã pretende investir pesado: cerca de US$ 20 bilhões.
Moia: o que é?
Inicialmente, o projeto da Moia será instalado em Berlim (Alemanha), com 50 funcionários, com expectativa de quadruplicar o quadro já no ano seguinte.
“Queremos provar que é possível criar um serviço inovador de mobilidade fora do Vale do Silício”, afirmou Ole Harms, chefe-executivo do projeto, citando o local da Califórnia onde atuam as principais empresas de tecnologia do mundo.
Cientes de que a demanda para adquirir carros individuais pode diminuir por conta dos serviços de carona – e por um futuro que projeta crescimento acelerado no uso de carros autônomos (que funcionam sem a necessidade de um motorista) – a equipe da VW afirma que o principal objetivo é “atender às necessidades dos cidadãos urbanos”.
“Mesmo que nem todo mundo tenha um carro próprio no futuro, o Moia pode ajudar a manter todos como clientes de nossa empresa, de um jeito ou de outro”, disse o presidente da VW, Matthias Mueller ( foto).
Carros autônomos: o futuro
Não espere que a VW apenas ofereça modelos de Gol, Golf ou Passat em seu novo serviço digitalizado. A empresa alemã investiu US$ 300 milhões no Gett, serviço israelense de táxi presente em mais de 100 países, para equipá-la com frotas de táxis-robô.
A Volkswagen não foi a primeira a fazer esse tipo de investida. Em janeiro, a rival norte-americana General Motors (dona dos carros Chevrolet no Brasil) investiu mais de US$ 500 milhões no aplicativo Lyft, também rival do Uber. Por conta disso a alemã decidiu seguir com peso no segmento de caronas.
Segundo levantamento da consultoria A.T. Kearney, o mercado de carros autônomos tende a crescer bastante nos próximos anos, atingindo US$ 50 bilhões em 2020 e ultrapassando os US$ 280 bi até 2030.
“As empresas de tecnologia precisam operar como uma frota”, disse Harms. “Por enquanto elas investem timidamente, mas logo se tornarão ativos pesados”.
Por enquanto, ainda não há previsão do serviço Moia ser implementado no Brasil.
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