Apenas a visibilidade e a presença deles na mídia já contribuem muito para a sociedade e para a quebra de preconceitos. Veja exemplos de celebridades transgênero brasileiras que, por meio da arte e do engajamento, levantam debates e provam a importância da representatividade trans
Celebridades trans que trazem representatividade
Rogéria

Rogéria abandonou a carreira de maquiadora de artistas para se transformar em uma verdadeira estrela dos palcos e da TV.
Nascida Astolfo Barroso Pinto, Rogéria gostava de se definir como “a travesti da família brasileira”, já que era muito querida pelo grande público. Na televisão, chegou a participar de novelas como “Paraíso Tropical” e “Babilônia”, ambas na Rede Globo.
Roberta Close

Roberta Close é, sem dúvidas, uma das mulheres trans mais populares do Brasil. Musa dos anos 1980, a modelo era ícone de beleza e chegou a posar nua para a revista “Playboy” após a cirurgia de redesignação sexual.
Atualmente com 56 anos de idade, Roberta Close vive em Zurique, na Suíça, com o marido Roland Granacher, com quem é casada desde 1993.
Liniker

A cantora e compositora da banda Liniker e os Caramelows, famosa por músicas de gênero soul e black music, é outra voz ativa na luta contra o preconceito.
Em entrevista concedida à “Glamour” em 2017, afirmou: “O processo de empoderamento é diário. Todo dia precisamos nos olhar no espelho e entender que somos maravilhosas, que temos direitos e não podemos ficar à margem da sociedade”.
Linn

Cantora, atriz e ativista social, Linn (anteriormente conhecida como Linn da Quebrada) gosta de ser chamada de “travesti”, termo que considera sinônimo de luta e resistência. Ela inclusive enfatizou muito isso durante sua participação no “BBB 22”, momento em que sua trajetória ficou muito em evidência.
Em entrevista para a rede BBC, a cantora diz que sua existência já é um ato político. “A roupa que eu escolho para sair na rua é política, a escolha de sair maquiada ou não também. Cada palavra que eu digo em uma música ou conversa informal é política, tem efeitos e diz respeito a uma atitude, a um posicionamento”, declarou.
Valentina Sampaio

A top model brasileira de 24 anos tem sua beleza reconhecida no Brasil e no mundo e ficou famosa por ter sido a primeira mulher trans a ser capa da revista “Vogue”.
Embaixadora de marcas poderosas como Victoria’s Secret e L’Oréal, Valentina já fez uma pequena participação na novela “O Sétimo Guardião”, da Rede Globo, em 2018.
Glamour Garcia

Nascida Daniel, Glamour Garcia se descobriu uma mulher trans bastante cedo, aos 13 anos, o que fez com que ela enfrentasse preconceito e transfobia muito jovem, segundo revelou ao programa “Liberdade de Gênero”, exibido no GNT em 2017.
Após participar de filmes e peças de teatro, a atriz fez sua estreia na televisão aberta em 2019, quando viveu a transexual Britney na novela “A Dona do Pedaço”, da Rede Globo. O papel a deixou conhecida pelo grande público e promoveu discussões entre um público mais conservador, tamanha a simpatia da personagem.
Thammy Miranda

Filho da cantora Gretchen, Thammy assumiu ser homossexual em 2006 e, em 2014, se declarou um homem trans.
Thammy atualmete é vereador em São Paulo e, apesar de ter optado pela carreira política, não abandonou completamente os holofotes. Ele é casado com Andressa Ferreira e pai do pequeno Bento.
Lea T.

Modelo de fama internacional, Lea T é filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo e também ficou conhecida por suas declarações honestas sobre a transgeneridade.
Maria Clara Spinelli

Atriz de produções como “Salve Jorge”, “A Força do Querer” (ambas da Rede Globo) e ” Carcereiros” (Globoplay), Maria Clara entrou para a história da TV. Isso porque ela foi a primeira mulher trans a interpretar uma personagem de mulher cisgênero em uma telenovela.
Mais adiante, em 2023, ela incluiu mais uma personagem na carreira, a simpática e sofrida Reneé, que caiu nas graças do público e foi descrita pela atriz como algo revolucionário.
Benjamín Damini

O jovem ator ficou conhecido pela personagem Martinha em “Malhação: Toda Forma de Amar”, da Rede Globo, e compartilha com seus seguidores nas redes sociais detalhes sobre sua transição de gênero.
“Hoje me entendendo enquanto transexual e, escolhendo falar publicamente sobre isso, quero cada vez mais tentar desvincular essa conotação negativa que os termos carregam, para que as futuras gerações não precisem passar pelos dilemas e sofrimentos que eu passei”, disse Benjamín em entrevista à revista “Vogue”.
Laerte Coutinho

A cartunista iniciou seu processo de transição quando já tinha 60 anos de idade e chamou a atenção do público e da mídia por falar de forma aberta e clara sobre questões relacionadas à identidade de gênero.
Depois de ter se assumido trans, Laerte passou a atuar como ativista dos direitos LGBTQIA+ e criou a Associação Brasileira de Transgêneras (ABRAT).
Tarso Brant

O ator e modelo foi a inspiração da autora Glória Perez para a criação da personagem Ivana, interpretada por Carol Duarte, de “Força do Querer”.
Na época em que a novela estava no ar, Tarso deu uma entrevista ao “Jornal Extra”, e declarou: “Após o tema ficar em evidência, muitas coisas mudaram para um lado mais positivo. Acredito que ainda tem muita coisa a ser trabalhada, a sociedade está se adaptando aos poucos com essa possibilidade, de ser e de existir”.
Ariadna

Ariadna também fez história ao ser a primeira participante trans do “Big Brother Brasil”. Nos últimos anos, ela voltou à mídia ao ser escalada para o reality show “No Limite”.
Hoje famosa, Ariadna entende sua importância para a sociedade. “Minha existência por si só já é uma causa. Compartilho minhas experiências e, dando passos pequenos, porém sólidos, consigo usar essa causa para influenciar as pessoas a se conscientizarem, e outras a não desistirem de ser quem são”, disse em entrevista antiga.
Valéria Barcellos

Valéria Barcellos tem uma longa trajetória artística, mas foi só em 2023, com “Terra e Paixão”, que caiu nas graças do público geral. Na trama da TV Globo, ela interpretou Luana Shine, e tanto dentro da personagem quanto na vida real, sempre faz questão de frisar o orgulho de ser transgênero.
Além de atuar, Valéria também performa e tem carreira na música. Ela carrega consigo uma bagagem lotada de obstáculos – e chegou inclusive a enfrentar um câncer em 2018. Atualmente, porém, Valéria se tornou o exemplo que sua versão mais jovem não teve ao assistir televisão.
Gabriela Medeiros

Gabriela Medeiros começou a carreira no teatro aos 14 anos, mas foi apenas aos 22, em 2024, que se tornou conhecida pelo público das telenovelas. Isso porque, além de fazer sua estreia na TV com o remake de “Renascer”, ela viveu a personagem Buba, que ganhou uma mudança especial em comparação com a original da trama de 1993.
Enquanto em “Renascer” original Buba era intersexo (pessoa que tem tanto o aparelho reprodutor feminino quanto o masculino), a Buba atual é transgênero – e, ao contrário do que aconteceu em 1993, a personagem foi interpretada por uma atriz que tem a mesma vivência da personagem.
Em meio à trama e fora dela, Gabriela desperta discussões sobre representatividade trans e autoaceitação.
Maya Massafera

Por anos conhecida como Matheus Mazzafera, que atuava como entrevistador e influencer, Maya Massafera fez seu “debut” em 2024, deixando internautas de queixo caído. Meses após um sumiço que preocupou fãs, ela ressurgiu totalmente repaginada, se assumindo trans e afirmando ter passado pela transição de gênero.
Maya recebeu amplo apoio nas redes sociais, bem como elogios enquanto se redescobre como a pessoa que sempre foi, mas em um corpo diferente.