Após Sabrina, Tatá também se pronuncia sobre libido pós-parto: falar é fundamental

Nos últimos tempos, diversas famosas que se tornaram mães encararam tanto a gravidez quanto a maternidade de forma bem real, se abrindo sobre as emoções e dificuldades desta fase – e, entre outros assuntos, várias delas discutiram algo que ainda é um grande tabu: a libido pós-parto.

Famosas abrem o jogo sobre sexo pós-parto

Sabrina Sato, apresentadora e mãe de Zoe, foi uma das celebridades que falou com franqueza sobre o que acontece com a vida sexual após a chegada de um bebê e, à revista TPM, ela comentou não sentir mais vontade de transar com Duda Nagle, seu companheiro e pai da menina.

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“Quem faz sexo depois de ser mãe?”, questionou ela, detalhando a situação. “É difícil, a vontade não vem”, afirmou a apresentadora. Isso, porém, não significa que o amor entre eles acabou. “Atualmente, eu amo o Duda como se fosse meu irmão [risos]. É um amor gigantesco, eu olho para ele e sinto gratidão, mas não tesão”, explicou.

Além de Sabrina, a apresentadora e humorista Tatá Werneck – que recentemente deu à luz sua primeira filha, Clara Maria – também tocou no assunto após explicar o tratamento para estrias que vem fazendo. Segundo ela, as marquinhas estão sumindo e, com isso, só faltaria uma coisa para ela poder engravidar novamente.

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“Quer dizer que eu já posso engravidar de novo, assim que eu tiver libido novamente”, disse Tatá que já até interagiu com Sabrina sobre o assunto nas redes sociais; em comentários de um post no Instagram que repercutiu a fala da mãe de Zoe, Tatá disse que seu sentimento no pós-parto é normal.

“Amor! Super normal! Meu ‘resguardo’ acaba em 10 dias e eu quero pedir mais 20”, disse a humorista.

Discutir assunto ajuda a quebrar tabu

Apesar de parecer algo banal e de muitas mulheres saberem que, devido a alterações tanto fisiológicas quanto emocionais, a libido cai durante o período pós-parto, a psicóloga Ellen Moraes Senra afirma que, em geral, todo assunto que envolve a sexualidade feminina é visto como um tabu – algo que pode prejudicar as mulheres.

Isso porque, conforme explica a psicóloga, o sexo é, para muita mulheres, uma “função”, algo de que apenas o homem tira proveito. Sendo assim, elas se sentem mal quando não querem ou não podem se envolver sexualmente com o companheiro (além de muitas serem cobradas disso mesmo durante o período da maternidade).

“Essa pressão é muito cultural, Além do período do resguardo – que muita gente às vezes nem respeita, alguns homens não aceitam bem e acabam forçando a relação – tem muito essa questão de que, se a mulher não ‘der conta’, não ‘comparecer’ sexualmente, ela vai ser abandonada”, diz ela, explicando as consequências.

“Muitas mulheres desrespeitam o próprio desejo sexual para serem as mulheres que esperam que elas sejam. Isso não traz ganho nenhum para ela e, teoricamente, não deveria trazer nem para o parceiro”, afirma.

Não sentir vontade de transar durante o puerpério, porém, é natural, e é importante que as mulheres entendam isso. “No pós-parto, há uma variação hormonal muito grande [que derruba a libido], e temos também o período do resguardo, onde é realmente proibido que ela tenha relações sexuais”, esclarece Ellen.

A queda do desejo sexual, inclusive, não tem necessariamente uma data determinada para acabar. “Acaba sendo natural que dure para além do puerpério porque a mulher está se adaptando a uma nova vida, tem de cuidar de uma criança, às vezes não dorme bem, às vezes não se alimenta adequadamente… Tudo isso contribui muito para que a libido tenha uma queda”, afirma ela.

Para a especialista, conversar de forma sincera sobre este e outros assuntos relacionados a sexo – como Tatá e Sabrina fizeram – é muito positivo para mulheres, já que ajuda a naturalizar a questão, esclarecer muitas dúvidas e deixá-las mais tranquilas em um período que cheio de transformações e aprendizados.

“Muitas mulheres passam por cima de suas vontades e até mesmo de limitações físicas, hormonais ou psicológicas para ‘dar conta’ de uma coisa única e exclusivamente porque essa coisa ainda é um tabu e porque ela sente que não pode conversar com ninguém sobre. Isso deveria ser dialogado abertamente”, aconselha ela, lembrando que a mulher nunca deve transar sem vontade.

“Não só não devem ter relações quando não estão com vontade como também precisam saber que podem conversar com seus parceiros e eles precisam compreender que, diferente deles, a mulher que passa pelo período gestacional tem seu corpo modificado, há uma ebulição hormonal. Tudo isso tem consequências, é necessário que haja paciência, diálogo e compreensão”, conclui.

Maternidade real