O tempo é cruel para muitas mulheres. Com o passar dos anos, o corpo já não tem mais a firmeza da mocidade, os seios caem, as primeiras rugas dão o ar da graça e as mãos entregam a idade, que costuma ficar muito bem escondida na carteira de documentos. Já com alguns homens, o processo parece ser ao contrário. Desde a adolescência percebemos que eles demoram mais para amadurecer. Mas, em compensação, à medida em que os anos passam, muitos deles se tornam absurdamente charmosos e revelam habilidade de sobra ao lidar com infalíveis armas de sedução. Um bom exemplo é Harrison Ford que, aos 56 bem vividos anos, foi eleito pela revista People o homem mais sexy do mundo. Alguém discorda?
Quem já se envolveu com coroas pra lá de enxutos como ele garante não ter se arrependido. Na maioria das vezes, esses homens são emocionalmente bem resolvidos e profissionalmente realizados. Em outras palavras, prontinhos para nos agradar. A estudante de arquitetura Lúcia Secchin, 22 anos, sempre preferiu os menininhos até Hugo, 36, passar por sua vida. “Quando nos conhecemos, imaginei que ele fosse mais jovem, pois tinha um corpo lindo e muita disposição”, recorda ela, que acabou trocando seu ex-namorado, na época com 24, pelo mais experiente. “Apesar de termos uma grande diferença de idade, me identifiquei muito com o Hugo. Os homens demoram a amadurecer. Acho que por isso as mulheres tendem a se relacionar com homens mais velhos”, acredita.
Dentre as mulheres que estão assumindo a preferência pela maturidade está a professora Mariana Costa, que começou a tomar gosto pela coisa já aos 17 anos, quando se relacionou com um homem de 27. “Os homens maduros me atraem mais porque são mais espirituosos, compreensivos, atenciosos e educados”, afirma. Mas a explicação pode estar num passado um pouco mais distante, já que Mariana, hoje com 32 anos e casada com um homem de 53, nunca conheceu seu pai verdadeiro, e a ausência da figura paterna na infância é um dos fatores que pode justificar essa predileção. “Elas podem estar em busca de proteção ou a procura de um pai”, diz o psicanalista Paulo Próspero, lembrando que nunca se pode generalizar. “Cada caso é um caso”, acrescenta.
Além de toda a atenção e cuidados que eles têm a oferecer, os mais vividos vêm demonstrando um ótimo desempenho entre quatro paredes. Afinal, após muitos anos de prática, alguns problemas como o fantasma da ejaculação precoce, que costuma assombrar os mais jovens, acaba exorcisado. Este foi um dos motivos pelos quais a webdesigner Cristiane Pellin, 29, abriu mão de seu namoro com um rapaz dez anos mais novo. “O sexo nunca durava mais do que vinte minutos. Ele vinha com muita sede ao pote e, por mais que não tivesse intenção, não conseguia me esperar chegar ao orgasmo”, reclama. O namoro não passou dos três meses e hoje, apesar de estar solteira, Cristiane prefere sair com homens mais experientes.
Para as que ainda acham que nada se compara à virilidade de um garotão, um estudo realizado pela Universidade de Sheffield, no norte da Inglaterra, está aí para provar o contrário. De acordo com a médica Lorraine Boule, em declaração ao jornal Daily Mail, homens mais velhos são melhores amantes e têm menos problemas com disfunção erétil que os mais novos. As conclusões foram baseadas em estudo envolvendo 185 homens casados entre os 30 e os 60 anos. Enquanto 22% dos que tinham menos de 46 anos tinham problemas de ereção, apenas 16% com mais de 46 passavam por isso. A médica acrescentou que, apesar da atividade sexual diminuir com a idade, a qualidade tende a melhorar: “Homens mais velhos mantêm a ereção por mais tempo, conseguem prolongar o orgasmo e satisfazem mais a mulher”, garante. Mais um ponto para os coroas.
Mas apesar de ter suas vantagens, relacionar-se com um homem mais velho nem sempre é fácil. O psicanalista Paulo Próspero reconhece que a sociedade não perdoa. “Muitas mulheres têm prazer em se relacionar com a maturidade, mas às vezes são vistas como interesseiras. Com o homem é diferente. Ele ‘pode’, porque a sociedade é machista”, comenta. Foi assim com a advogada Eliane Monteiro, 31, que, acusada pela família do namorado de querer dar o golpe do baú, desistiu de viver ao lado dele, um homem 23 anos mais velho. “Eu sempre gostei dos maduros. Eles me passam segurança”, explica. Ela resistiu aos ataques por dois anos, mas acabou não suportando a pressão. “Quando andávamos na rua de mãos dadas, eu percebia as pessoas me olhando como se eu fosse uma aproveitadora”, recorda-se. Superado o fim, Eliane partiu para outra. Acabou dando preferência a um namorado da sua idade e se diz muito satisfeita.
A idade não é garantia de bom desempenho. O importante é assumir seu gosto e estar aberta a novas experiências. Afinal, como diz o ditado, quem vê cara – e carteira de identidade – não vê coração.