Como falar de separação para os filhos de diferentes idades?

Brad Pitt e Angelina Jolie anunciaram nesta terça-feira, 20 de setembro, que estão se separando após 12 anos juntos. Em comunicado enviado à revista americana People, Pitt afirmou que o principal agora é o bem-estar das crianças.

Separação de Angelina Jolie e Brad Pitt

“Eu estou muito triste com isso, mas o que mais importa agora é o bem-estar das nossas crianças. Eu peço, gentilmente, que a imprensa dê a eles o espaço que merecem durante este momento desafiador”, escreveu o ator.

Angelina também se manifestou por meio de um comunicado divulgado por seu advogado. “Esta decisão foi tomada para a saúde da família. Ela não vai comentar nada neste momento, e pede para que a família tenha privacidade durante este momento difícil”, afirma o comunicado.

Os atores são pais de seis filhos: Maddox, 15, Pax, 12, Zahara, 11, Shiloh, 10, e os gêmeos Knox e Vivienne, 8. Ou seja, têm filhos crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Independente do motivo que levou ao fim do casamento, os dois já mostraram preocupação com os pequenos nesta fase de mudança.

Como falar sobre separação com os filhos

De acordo com a psicopedagoga e orientadora pedagógica da escola Dínamis Jane Rapoport todos os casais devem sempre comunicar os filhos que estão se separando, mesmo que eles já tenham percebido que algo está diferente.

“As crianças sempre percebem um movimento diferente por meio da fala, do olhar, dos comportamentos, afastamentos mesmo antes do anúncio dos pais. Mesmo assim, deve haver uma formalização do que está acontecendo. Tem que contar abertamente”, explica Jane.

Conversa sincera

Além disso, a conversa deve ser da forma mais honesta possível de acordo com o entendimento da criança e pode ser feita com a família inteira reunida. “Até os cinco anos, a criança é muito concreta, tem que explicar o que muda na vida dela, que os pais vão morar em casas separadas, mas que ela vai continuar vendo os dois e o anúncio não deve ser feito com antecedência”, orienta a psicopedagoga.

De acordo com Jane, o anúncio para os pequenos não deve ser feito com antecedência, porque nesta idade as crianças ainda não têm noção de tempo, não sabem o que significa “daqui a um mês” e isso gera ansiedade e expectativa nela. Além disso, só vai entender realmente o que significa separação quando ela de fato acontecer.

Caso a criança faça perguntas, o importante é sempre responder a todos os questionamentos, mesmo que a resposta seja “não sei o que te dizer agora, vou pensar”. Segundo a psicopedagoga, se a criança está questionando é por que está pensando sobre o assunto e o ideal é deixar tudo claro, não deixá-la sem respostas.

Observar o comportamento dos filhos 

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Caso os filhos tenham mais de seis anos, deve-se observar o comportamento deles após o anúncio para perceber se eles começaram a fazer birras, chorar, ficarem introspectivos, etc.

“É muito importante que a família comunique a escola quando estiver se separando para os professores observarem se houve alguma mudança de comportamento, como se a criança passou a ser mais introspectiva, etc”, orienta Jane.

A orientadora pedagógica afirma que é muito normal as crianças começarem a fazer birra para chamarem atenção dos pais e isso tem que ser conversado para que mude com o tempo. Contudo, se ela ficar deprimida, mais quieta também em outros ambientes, o ideal é procurar ajuda de um psicólogo ou psicoterapeuta. Isso pode acontecer também com crianças mais velhas e adolescentes.

O filho mais velho pode ajudar os pais explicando aos menores o que muda na rotina, dando carinho, mostrando que aquela nunca vai deixar de ser a família deles. Por outro lado, é importante que os pais nunca se esqueçam que os filhos mais velhos também podem ter dificuldade para lidar com a notícia e com as mudanças e não coloquem muitas responsabilidades sobre ele. 

Respeito com o outro

É primordial que a mãe e o pai nunca tentem colocar os filhos contra o antigo parceiro, nem que eles tomem partido de um dos filhos e que nunca faltem com respeito caso discutam na frente dos filhos.

“É muito comum mãe ou pai começar a falar mal do outro ou tomar partido de um filho, mãe defende a filha e o pai defende o filho, isso não pode nunca acontecer. E pode até ser que aconteçam discussões na frente dos filhos, mas nunca pode haver falta de respeito de um com o outro”, afirma Jane. 

Jane também comenta que o divórcio nem sempre é algo ruim, principalmente se o convívio entre o casal gera muitas brigas e discussões. “A criança percebe que o pai está dormindo na sala, que os pais brigam, que o clima é ruim, às vezes, a separação traz uma tranquilidade”, comenta sobre como problemas familiares podem provovar estresse infatil

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