Não se trata, como poderia parecer, de um artigo sobre a vida sexual do nordestino e disso entendo pois grande parte de minha família é do Nordeste; é, sim, uma visão de um internauta sobre o sexo e seus muitos eteceteras na Internet. Confesso: Sou um tarado! Um voyeur! Adepto do prazer solitário, sem desprezar o compartilhado. Confesso também: só leio matéria sobre sexo na Internet para pegar endereços de sites educativos. Endereços estes que não vou revelar aqui.
Tenho um amigo totalmente avesso aos computadores. Ele não consegue entender que graça há em ficar esperando “horas” para baixar uma foto ou filme só para ver mulher pelada na tela do computador. Ele diz: “Compre uma revista!”. Ele é tarado também, aliás, como a maioria dos homens. E eu respondo: “É outra mídia.”. Você não vê filme de sacanagem, não compra revista idem, não vai à praia ou à piscina ver mulher de biquíni? São formas diferentes de apreciar a mesma coisa.
As vantagens da Internet são: Você não precisa sair de casa. Não há contato com vendedor algum. 0 espaço que você necessita para guardar o material é muito pequeno. Você procura mais facilmente o assunto que lhe interessa e recebe documentos do mundo inteiro! Você consegue muita coisa de graça! Em “chats” você pode ser quem você quiser, mentir à vontade. Transar por chat é chato mas é legal.
As desvantagens: Muitos sites são pagos ou controlados, só entra com uma comprovação de maioridade. Às vezes demora para baixar uma simples foto. Outra coisa, se você não tiver cuidado, terá que comprar um mouse novo.
Limpar o teclado e o monitor é complicado. Cuidado para não se empolgar!
Uma questão polêmica é a falta de censura. Será que nossos filhos “aborrecentes” podem ver cenas fortes de sexo bizarro? Bom, o mundo mudou. Se meu pai lia revistas de Carlos Zéfiro (e andava de bonde), se eu via revistas suecas (e tocava contrabaixo), porque é que meu filho, que navega na grande via de informação, não pode ver fotos de dupla penetração? São outros tempos, outras modas. Informação nunca é demais. Nós é que não estamos preparados para responder as perguntas.
Dar educação e orientar sobre valores, sim. Esconder, reprimir, escamotear, não. Aonde vai parar o mundo não sei, mas certamente ele não vai ficar parado. Conversar sobre sexo, orientar, é algo que eu quase não vivenciei. Não tenho filhos. Mas será um absurdo propor diálogo?
Nestes tempos de Internet, é necessário perguntar o que é sexo! Sim, o que é sexo? Já ouvi falar em sexo virtual, sexo oral (i.e. por telefone), sexo literário (este não precisa explicar) e até mesmo, pasmem, sexo animal (como se não fossemos todos)! Conheci meias (i.n.e. aquilo que se põe no pé) virgens, homens que meio transaram, e até gente que diz que “Aquilo não foi um beijo!”. E Clinton que, tecnicamente, não fez sexo com a estagiária? Gosto de repetir uma frase: “É a nova tecnologia e o velho ser humano!”.
0 chamado sexo virtual não existe! Sexo só existe um, chamando do que quiser, o resto é variação sobre o mesmo tema. Qualquer coisa que se faça com um computador é apenas usar um computador. Mesmo usando aquelas
parafernálias de interfaces que estimulam fisicamente (que só existem para, argh, PC), não passa de estímulo sensitivo, uma masturbação sofisticada, uma boneca inflável dos tempos atuais! Sexo é sexo! Entre dois animais, não importando se são da mesma espécie ou não. Já falei em sexo solitário, mas só como figura de retórica. Sou um cara tradicional.
Desde que o homem é homem, ele pensa. Mas bem antes disso, já fazia sexo. Hoje, na chamada infoway, nós temos o “sexo” multimídia (palavrinha feia mas que não sai de moda). Temos “sexo” escrito, temos “sexo” falado,
assistido e até desenhado. A mente humana sempre foi incrível e poderosa. Não estamos fazendo nada além de sermos humanos em nossa essência. Usamos todos os recursos que estão ao nosso alcance para atingirmos nossos
objetivos. Se este é prazer, tanto melhor! Adoro qualquer coisa relacionada a sexo! Algumas mais que outras. Ter acesso à informações sobre sexo, do mundo todo, faz com que eu me sinta integrante desta, argh, grande Aldeia Global. Conhecimento é a maior riqueza (e ruína) de um cidadão. Quem sou eu para criticar valores de outras pessoas e culturas? Confesso, também, que ainda prefiro, mais do que qualquer fantasia, o bom e velho sexo real!
Ah, e como gosto! Se for com uma mulher que eu ame então… Enquanto isso não acontece, vou me mantendo
informado.
André Sheik é internauta desde 1995, cursa Telecomunicações e tem um tutorial publicado sobre o assunto.