Como investir dinheiro: dicas para iniciantes

Existem inúmeras maneiras de poupar dinheiro e fazê-lo render. Muitas delas, no entanto, dependem de dedicação, conhecimento e de um intermediador que cuide do investimento. Para quem deseja começar a guardar dinheiro e ainda não tem muito capital disponível, o melhor é recorrer às aplicações menos complicadas e mais seguras.

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De acordo com Newton Machado, diretor da Mais Ativos Educação Financeira, antes de pensar em investir, é necessário equilibrar as finanças. “Isso significa que a soma das receitas tem de ser superior às despesas do mês. Muito frequentemente, as pessoas se preocupam em poupar, sendo que estão devendo no cartão de crédito”, afirma.

Como economizar dinheiro

O especialista afirma que o ideal é, ao fazer o orçamento familiar no início do mês, estipular um percentual a ser poupado, que, normalmente, é de 10 a 12% da receita, mas que varia muito de caso para caso.

Porém, a rigor, todo dinheiro que sobra no final do mês deve ser destinado à poupança, e não ao consumo. “É muito mais difícil comprar algo tendo que tirar dinheiro da poupança do que da conta corrente, então o mero hábito de poupar já nos faz economizar”, afirma.

Uma vez estabelecido o montante que será destinado à poupança, é possível pensar nos diferentes tipos de aplicação que possam gerar algum rendimento, ainda que baixo, de início.

Antes de começar a investir, equilibre suas finanças (Thinkstock)

Qual é o melhor investimento?

Newton afirma que a reserva deve ser dividida em duas: para contingência e para objetivos específicos. Para exemplificar, o especialista se baseou em uma situação em que o investidor tem uma sobra de R$ 300 por mês.

Reserva de contingência

É destinada a cobrir imprevistos, como uma emergência médica, reforma da casa, conserto do carro, viagem não programada, etc. No exemplo dado, seria ideal destinar de R$ 50 a 100 mensais para este fundo.

O mais indicado é que a reserva de contingência fique em um investimento de muita liquidez. Isso significa que o dinheiro pode ser sacado rapidamente, assim que necessário. “A caderneta de poupança é a melhor opção. A qualquer momento, a pessoa pode ir ao banco e retirar seu dinheiro”, informa Newton.

Poupar para um objetivo

É sempre melhor investir visando um objetivo específico, como uma viagem (Thinkstock)

O restante do dinheiro – neste caso, de R$ 200 a 250 – pode ser colocado em uma aplicação mais rentável. “É sempre melhor investir tendo em vista um objetivo específico”, afirma. Esta reserva, portanto, deve ser destinada à compra de um carro, apartamento, viagem ou qualquer outro desejo a longo prazo.

Segundo o especialista, para este fim, são três as opções mais indicadas:

Poupança: é considerado um investimento de risco zero, porém, com rendimento baixo. É uma boa opção para quem não conhece o mercado e tem a vantagem de oferecer liquidez imediata.

Fundo de investimentos: a facilidade é que toda a gestão é feita pelo banco ou pela corretora de valores, portanto é também uma boa opção para quem desconhece o mercado. Entretanto, em troca do serviço, é cobrada uma taxa de administração. “Por conta disso, o rendimento pode acabar ficando próximo ao da poupança, dependendo do caso, apesar de a taxa de rentabilidade ser maior”, afirma o diretor.

Os fundos têm taxa de tributação regressiva. Isso significa que, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor será a tributação sobre ele. Diferente da poupança, se for preciso sacar o montante para uma emergência, serão cobrados encargos. Portanto, é indicado para quem não tenha urgência de usar o recurso.

Tesouro direto: é um pouco mais complicado, pois quem gerencia o investimento é a própria pessoa (ou uma corretora de valores), e não o banco. “São adquiridos papéis do Governo, portanto o risco é zero”, afirma o especialista.

Como os prazos são bastante longos (o Governo emite títulos de 10, 20 anos), o rendimento é muito maior do que nos outros dois investimentos. “Para quem tem tempo de esperar e está disposto a estudar melhor, vale a pena”, garante Newton.

Recomendação

“Meu conselho para quem está começando é iniciar aplicando na poupança até conquistar uma quantidade razoável de recursos. Poupando R$ 300 por mês, em cerca de dois anos, é possível obter algo em torno de R$ 8 mil. Já é suficiente para buscar junto ao banco uma aplicação de fundo com maior retorno. Quanto maior a aplicação, maior o retorno”, indica o especialista. “Se tiver condições de deixar o dinheiro reservado por mais tempo, passe a aplicar no Tesouro Direto”, completa, enfatizando a necessidade de manter parte dos recursos na reserva de contingência da poupança.