Você só lembra que carrega um extintor de incêndio no carro quando está prestes a fazer a vistoria anual, não é? Então, bem-vinda ao clube das sortudas, pois nunca precisou dele num caso de emergência. Mas não ter precisado não garante a renovação da sua carteirinha de associado, porque, você sabe, acidentes acontecem. O melhor é se prevenir: aprenda a usar este instrumento que pode salvar a sua vida.
O engenheiro do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) Michel Bechara aponta as principais recomendações sobre o produto. De acordo com a resolução 157 do Conselho Nacional de Trânsito, cita ele, “todo veículo deve conter um extintor de incêndio em local de fácil acesso e com as medidas e os pesos destinados ao modelo”. Nos carros de pequeno porte, o peso deve ser de 1 kg. “A segunda norma é que ele tenha a Marca de Conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, o INMETRO”, complementa.
Mas como saber se o seu extintor está em boas condições? A primeira dica é também a mais simples: ficar atento ao rótulo na hora da compra. De acordo com a resolução 223 do Contran, a validade deve ser de cinco anos. “Ao usuário só cabe observar três itens. Se o extintor for novo, cheque a validade do produto. No caso de recondicionado, observe o próximo prazo de manutenção. Confira a presença do selo do Inmetro e a pressão no relógio colocado próximo à válvula, chamado de manômetro”, ensina o gerente do Inmetro Leonardo Rocha.
Com o tempo de uso, a despressurização pode acontecer. Basta observar se a seta do manômetro está apontando para o índice verde, o que significa que não há problemas. “Assim como devemos sempre calibrar os pneus e trocar o óleo, é sempre bom aproveitar para checar o extintor”, recomenda. No ato da compra, o dispositivo deve estar lacrado, seja ele novo ou recondicionado. “Após a aquisição, você deve retirar o lacre e a película de proteção antes de colocá-lo no automóvel”, avisa o gerente do Inmetro.
Vale pegar um dia de folga para dar uma lida no rótulo e se habituar com a presilha do extintor no carro. Depois, não há mistério: é só pressionar a válvula para que ele entre em ação. “É interessante que as pessoas tenham um pouco de familiarização para ficar tudo mais fácil numa ocasião de emergência”, afirma Leonardo Rocha.
Segundo a nova resolução 333, todos os extintores devem ser da categoria ABC, capazes de enfrentar incêndios em líquidos, sólidos e equipamentos elétricos energizados. “É o código que indica o tipo de agente extintor. Existe cada um para cada tipo de incêndio. Os dos veículos são feitos de um pó ABC”, explica. O principal componente de um extintor com pó tipo ABC, continua ele, é o fosfato monoamônico, produto muito utilizado na produção de fertilizantes agrícolas. “Após usar o dispositivo, recomenda-se apenas ventilar o local e as áreas atingidas”, diz.
Após o vencimento do prazo de validade ou recondicionamento, o consumidor tem que procurar um revendedor licenciado para adquirir um novo. “É de praxe que o mercado faça essa venda à base de troca”, constata. Dessa forma, os vencidos serão coletados e destinados conforme legislação ambiental vigente.
Você sabe se o extintor de incêndio do seu carro está em boas condições? Conta pra gente!