Décimo terceiro salário: qual é a melhor forma de utilizar?

por | jun 30, 2016 | Comportamento

Quando chega o final do ano, muitos trabalhadores, em uma atitude apressada e mal planejada, usam o 13º salário para quitar dívidas ou gastar em presentes de Natal, viagens de Ano Novo, etc. O dinheiro, no entanto, deveria ser destinado a reservas financeiras para o futuro.

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É o que defende a Educadora Financeira da metodologia DSOP Joelma Dias, que atua na região de Jandira (SP). “A população brasileira está envelhecendo sem se preparar financeiramente. O décimo terceiro deveria ser destinado à finalidade de realizar sonhos”, afirma a profissional.

Segundo ela, o ideal é poupar este dinheiro extra e investi-lo para a execução de planos futuros. Para isso, são necessários dois fatores: planejamento e consciência sobre o que entra e sai da conta.

O ideal é não gastar todo o 13º na viagem de Ano-Novo, e sim poupar uma parcela para projetos futuros (Thinkstock)

Controle sobre os gastos: o que você precisa saber

Antes de começar a poupar, é necessário ter consciência do quanto exatamente se ganha e se gasta por mês. Para isso, Joelma aconselha que se faça um acompanhamento criterioso de todas as compras realizadas no período de 30 dias. “Desde o cafezinho até a parcela do carro, faça uma espécie de radiografia das finanças, com o objetivo de identificar onde estão os gastos desnecessários, os essenciais, e os prioritários, que são aqueles nos ajudam a realizar nossos sonhos”, explica.

De acordo com a especialista, a falta de domínio da situação financeira leva a um hábito comum, que é esperar sobrar algum dinheiro no orçamento mensal para realizar os sonhos, como acontece, muitas vezes, com o 13º. “É preciso agir de forma atenta aos gastos que enfraquecem o orçamento do mês, se protegendo de gastos por impulso e refletindo se existe vantagem em adiar um sonho por causa de uma compra não programada”, diz. “O orçamento também deve nos proteger de gastos emergenciais, como um problema de saúde sério na família”, completa.

Sendo assim, melhor do que gastar todo o 13º em uma viagem de Réveillon é poupar parte deste dinheiro para comprar, futuramente, uma casa, realizar uma viagem maior ou qualquer que seja seu objetivo de médio prazo.

Depois de ter plena consciência dos gastos, é necessário definir a melhor estratégia para arcar com todas as dívidas do lar e ainda ter uma sobra para essas reservas futuras.

Anote todas as suas despesas para descobrir quais são os gastos desnecessários (Thinkstock)

Planejamento financeiro: como fazer?

Segundo orienta Joelma, o ideal é definir três sonhos materiais: um de curto (um ano), um de médio (até 10 anos) e outro de longo prazo (mais de 10 anos). Entre estas metas, devem estar a liquidação de dívidas, se houver, e o próprio sonho da aposentadoria digna.

“Deve-se calcular quanto é necessário poupar por mês para a realização destes sonhos dentro dos prazos pretendidos”, diz. A partir disso, todo mês, ao receber o salário, essa quantia deve ser imediatamente destinada ao fundo de poupança ou outra aplicação similar. “Isso significa que o valor a ser poupado para os sonhos deve ser descontado dos ganhos e com o saldo restante é que se define o real orçamento ou padrão de vida que o indivíduo terá de adotar se quiser garantir a realização de suas metas”, completa a especialista.

De acordo com Joelma, este esforço que a família faz para cortar gastos em prol de um objetivo futuro é chamado, no conceito DSOP, de Dívida de Valor, que é aquele que se contrai porque há o desejo de ampliar o patrimônio. Ela é diferente da Dívida sem Valor, que não agrega nenhum benefício à vida da pessoa e, pouco a pouco, vai minando a saúde financeira.

“Talvez você tenha um sonho que não consiga realizar neste fim de ano, mas porque não protegê-lo, poupando seus ganhos extras para realizá-lo num futuro próximo? Pense, e saiba muito bem para onde vai o seu dinheiro”, ensina a educadora.