Dificuldade para ter orgasmo: saiba se você já teve um e entenda a anorgasmia

por | jun 30, 2016 | Comportamento

Por muito tempo sexo foi um tabu para as mulheres – e ainda é. Clitóris,  ponto G, prazer e orgasmos são palavras que estão sendo popularizadas aos poucos. É exatamente por conta dessa repressão sexual que muitas delas não sabem se já chegaram ao orgasmo ou não.

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Segundo a fisioterapeuta sexual Débora Pádua, o orgasmo é a sensação ápice do prazer. Portanto, a falta dele pode ser caracterizada como momentos em que, embora haja excitação e lubrificação, o clímax não é atingido. Chamado também de anorgasmia, o quadro afeta, em média, 70% da população feminina e pode ter diferentes causas.

Não consigo ter orgasmos: o que pode ser?

O problema é gerado por uma correlação de fatores orgânicos ou psicossociais.

Segundo a especialista, as causas biológicas são responsáveis por menos de 5% da incidência dos casos. Lesões neurológicas, esclerose múltipla, mielites, lesões na medula óssea, alterações no sistema nervoso periférico e má formação congênita que dificulta o acesso ao clitóris estão neste grupo.

Já os fatores psicossociais são os mais comuns e envolve falta de informação, tabus, educação sexual moralista, medo de engravidar, sensação de culpa, dificuldade em assumir o papel erótico, histórico de abusos ou dores e até falta de habilidade do parceiro.

Como consequência da  dificuldade para atingir o orgasmo, as mulheres podem ter a autoestima e o desejo sexual diminuídos.

Como saber se eu já tive orgasmo?

A fisioterapeuta explica que o orgasmo não está associado somente ao  sexo oral ou com penetração. “Uma mulher pode ter orgasmos com o parceiro ou então sozinha, com masturbação”, diz. No entanto, afirma que não há como ter dúvidas se o orgasmo já foi atingido ou não. “Ele é uma sensação diferente de qualquer outra e uma mulher, quando sente, sabe o que é”, esclarece.

Não consigo ter orgasmo mais: o que fazer?

Descritos como primário (quando a mulher nunca teve a sensação), secundário (ausência do orgasmo em um momento específico) ou situacional (quando uma mulher não atinge de alguma forma – com o parceiro ou sozinha), o problema tem tratamento.

Além dos aspectos psicológicos que devem ser tratados com muito diálogo com o parceiro e até ajuda de especialista, o quadro também pode ser acompanhado por estímulos fisioterápicos. “No Brasil, os medicamentos disponíveis aumentam a excitação, mas não o orgasmo. O que geralmente fazemos são sessões para a mulher se conhecer e para melhorar a circulação do local”, explica.

Ainda segundo Débora, para saber se  não ter orgasmo sempre  é um problema, basta reparar na frequência com que eles acontecem. “Se em mais da metade das vezes que a mulher tem relação ou se masturba ela não atinge o orgasmo, então ela deve procurar ajuda”, esclarece.

No entanto, a especialista dá uma dica essencial: “não é preciso manter relações sexuais pensando só nos orgasmos. É muito mais importante aproveitar o restante das etapas. Sinta, pense, imagine e deixe rolar que assim ele pode acontecer naturalmente”, recomenda.