A Associação Italiana de Sommeliers concedeu ao Papa Bento XVI o título honorário de sommelier. O que está criando uma saia (ou batina) justa para o Vaticano. A Santa Sé não confirmou a notícia, embora a Associação Italiana de Sommeliers tenha declarado que o Papa aceitara o título. Isso acontece num momento em que líderes muçulmanos estão protestando contra uma suposta e desrespeitosa intromissão do papa nos credos maometanos.
Recentemente, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad se recusou a comparecer a um jantar oferecido pelo Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, porque seria servido vinho, impensável para um muçulmano rigoroso (na verdade, o iraniano não queria mais conversas com Bush, com quem trombou por causa de armas nucleares. E olha que Bush, presente ao jantar, é outro abstêmio convicto).
Beba o seu vinho com o coração feliz, pois Deus o aprova
Será que o Papa recebeu esse título por dizer que “era um humilde servo no vinhedo do Senhor”, no seu discurso inaugural? Ou porque compareceu a uma cerimônia de iniciação a sommeliers, quando recebeu um “Taste-Vin” de prata (uma pequena taça de metal utilizada para provar vinhos)?
A porta-voz do Vaticano, Irmã Maria Elizabeth declarou à revista inglesa Decanter que não existe um registro oficial da honraria e que, de qualquer modo, “isso não é realmente uma prioridade para o Papa”.
Vinho e religião
Como vimos, vinho e religião podem causar problemas, mesmo para aqueles afeitos ao vinho como um sacramento. O vinicultor Stephen Reustle, dono da “Prayer Rock Vineyard” (mais ou menos “Vinhedo da Pedra da Oração”), um cristão devoto, imprimiu um verso da Bíblia em cerca de 6000 rolhas e colocou em garrafas do seu Pinot Noir, Syrah e Riesling. Tirou a idéia de um outro vinhedo, que usa as rolhas com uma citação de Mahatma Gandhi. A citação é do Eclesiastes: “Beba o seu vinho com o coração feliz, pois Deus o aprova”.
Mas nos Estados Unidos assuntos da igreja não se misturam com os de estado. E o nosso vinicultor foi oficialmente avisado pelas autoridades que deverá retirar a menção ao Velho Testamento (a alegação formal era a de que “não se pode criar uma informação enganosa a partir de chamadas curativas ou terapêuticas em embalagens ou criar associações duvidosas entre consumo de álcool e saúde…”). Reustle poderá, no máximo, vender as garrafas já arrolhadas e não repetir o feito nas próximas.
Em resumo, se as amigas não tiverem problemas com religião e bebidas, o negócio é aproveitar o próximo happy hour sexta-feira. Vai fazer novos amigos e possivelmente aumentar seus salários.
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