O assédio sexual disfarçado de “cantada” ou “xaveco” na rua é frequente no dia a dia das mulheres. Por mais que muitas protestem ou reajam negativamente, o problema costuma ser abafado. Não raro, as mulheres têm de ouvir que isso “não é tão grave assim”, ou que deveriam se sentir lisonjeadas por serem “elogiadas”. Mas e se as vítimas fossem os homens, como eles reagiriam? Ainda considerariam se tratar apenas um flerte inocente ou reconheceriam que a atitude é invasiva, desrespeitosa e revoltante?
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O humorista francês Grégory Guillotin quis fazer o teste para descobrir. De forma bem humorada, eleresolveu colocar os homens em uma situação que muitas mulheres enfrentam: toques físicos não permitidos, olhares invasivos e comentários inoportunos.
No vídeo, publicado em seu canal no Youtube, o comediante toca na mão de alguns homens em uma escada rolante. Sem poderem se aproximar de Grégory, os homens assediados se mostram surpresos, raivosos e indignados. O resultado é hilário e provocante. Assista:
https://www.youtube.com/watch?
Assédio em locais públicos e privados
Ainda que não haja contato físico, qualquer abordagem em local público ou privado não autorizada e que constranja a mulher é considerada assédio. Isso abrange desde o famoso “fiu-fiu” na rua até piadas inapropriadas no ambiente de trabalho.
Como denunciar?
Toda mulher que tiver o corpo tocado sem consentimento, seja por um conhecido ou um estranho, pode – e deve – denunciar. O primeiro passo, segundo a delegada de polícia e professora de criminologia Mônica Gamboa, é dar um grito de advertência para que as pessoas ao redor percebam o que está acontecendo e intercedam. “Esses cidadãos também podem servir de testemunhas na delegacia. Além disso, é importante que a mulher reúna o máximo de informações sobre o agressor para ajudar na identificação: um sinal físico, roupa específica ou tatuagem”, explica a delegada em entrevista sobre assédio sexual ao Bolsa de Mulher.
Em seguida, a mulher deve procurar um agente de segurança ou policial, ou se encaminhar diretamente para a delegacia. “Na delegacia, ela deve se manter firme no propósito de processar o criminoso, autorizar uma representação e fazer o reconhecimento fotográfico ou visual. Após o boletim de ocorrência, a vítima tem seis meses para fazer representação, depois decai do direito”, explica.
A polícia envia uma notificação ao criminoso ao identificá-lo e ele deve comparecer para o julgamento. Por ser um crime anão, a pena é alternativa. O mais importante, segundo a delegada, é que as mulheres não desistam de processar o agressor e sigam com a denúncia até o fim.