O Procon (Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor) do Maranhão considerou abusiva a lista de material escolar solicitada pelo Colégio O Bom Pastor, de São Luís. A relação de itens causou polêmica ao ser divulgada na internet por incluir, além dos materiais didáticos, brinquedos específicos para cada gênero: kit de ferramenta para os meninos e kit de cozinha para as meninas.
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Polêmica: lista sexista
A imagem da lista com os pedidos foi compartilhada no Facebook por páginas que lutam pelos direitos das mulheres, como o Coletivo Frida, também de São Luís, que divulgou uma nota de repúdio à escola, que estaria ensinando às crianças que homens e mulheres têm papéis diferentes na sociedade e reforçando a cultura de submissão do sexo feminino. “Segundo a lógica patriarcal, mulheres foram destinadas a cuidar do marido, da casa e dos filhos, ser submissa, estar sempre dentro do padrão de beleza e obedecer ao homem. Crianças são submetidas a essa lógica quando, por exemplo, meninas recebem brinquedos de cozinha e de cuidar de casa. A elas não são dadas oportunidade de sonhar com um carrinho, super heróis ou brinquedos que trabalhem o desenvolvimento psicossocial”, escreveram.
Diante da polêmica, o colégio divulgou em seu site uma nota de esclarecimento desculpando-se pelo ocorrido e negando que a lista de material escolar tivesse preconceito ou estimulasse padrões machistas e discriminatórios. Para a direção, o que houve foi uma interpretação equivocada. “Ao sermos alertados, corrigimos as listas e disponibilizamos novas em nossos veículos de comunicação. Pedimos desculpas pelos desconfortos causados, reiterando sempre nosso posicionamento em favor do respeito à diversidade de gênero”, disseram.
Procon considerou lista abusiva
Para o Procon-MA, a lista foi considerada abusiva porque, além dos kits de brinquedos, itens de uso coletivo também não podem ser pedidos, como rolos de fitas, pacotes de balão e jogo de dominó.
Segundo reportou o site G1, o Colégio O Bom Pastor foi autuado pelo órgão, que informou também ter preparado uma liminar proibindo imediatamente a lista de materiais. Outras escolas do Estado também foram denunciadas por consumidores e o procedimento será o mesmo.