Ainda que a sociedade de forma geral tenha evoluído um bocado durante as últimas épocas em relação a alguns tabus, falar de sexo e seu universo ainda é gera um constrangimento (e até culpa) enorme para muita gente. Com isso, não é nada raro que as pessoas sofram em silêncio ao ter dúvidas ou problemas ligados à sexualidade, e é preciso muita coragem para se abrir como fez Jada Pinkett Smith.
No “Red Table Talk”, programa que comanda ao lado da filha, Willow Smith, e da mãe, Adrienne Banfield-Jones, a atriz e esposa do ator Will Smith se abriu sobre a relação problemática que costumava ter com o conteúdo adulto.
Ao lado das duas, ela motivou uma discussão importante tanto sobre o vício em pornografia quanto sobre os efeitos negativos que este tipo de conteúdo pode ter para a formação dos jovens e adultos.
Jada faz desabafo honesto sobre consumo de pornografia
Na última edição do programa a ir ao ar, Jada, Adrienne e Willow aparecem no camarim se arrumando para gravar e já discutindo o assunto – algo bem raro de se fazer em família, principalmente quando mulheres ainda são tão desencorajadas a descobrir a própria sexualidade. Na cena, elas falam sobre como é o conteúdo pornográfico com o qual são familiarizadas, e se surpreendem com as revelações umas das outras.
“Se eu ainda assistisse, eu poderia te mostrar boa pornografia. No passado, eu tive um pequeno vício em pornografia, mas não estava em um relacionamento”, admite Jada. Já no programa, a atriz passa a se referir à questão como “uma relação problemática com a pornografia” e, ao ser questionada pela filha sobre o que a levou à situação, ela admite que era algo emocional.
“Era como se eu estivesse preenchendo um vazio, ou ao menos eu achava que era”, diz a atriz, que também levantou pontos importantes sobre o que uma fixação assim com o hábito de consumir pornografia pode trazer de ruim para a formação do indivíduo. “Ela realmente te dá expectativas falsas a respeito de interação sexual”, diz ela, citando alguns exemplos de comportamentos comuns em homens quando o assunto é sexo.
“Eu definitivamente consigo ver isso nos homens, tipo, ‘a mulher sempre precisa estar com vontade e pronta’, ‘ele deve poder fazer sexo como quiser e em qualquer posição’, ‘você precisa aproveitar não importa o que aconteça’. Na pornografia, nunca existe o ‘não’, então eu consigo ver como isso pode criar uma expectativa irreal”, afirma Jada, se referindo ao fato de que o pornô nem sempre mostra o sexo como ele realmente é, e que na transa, é com pessoas reais que se está lidando.
Em outro momento do episódio, Willow – que, hoje, tem 18 anos – afirma que seu primeiro contato com pornografia foi em torno dos 10 anos, quando as amigas começaram a sugerir o assunto. Além de ficar surpresa, Jada comentou já ter visto conteúdos perturbadores e bem gráficos no Tumblr, rede social que a filha costuma usar – e Willow foi muito sábia no que disse para tranquilizar a mãe.
“Por ter você e o papai para ter conversas reais [sobre isso], aquele tipo de coisa não me afetou de verdade. Eu tive uma conexão com pessoas com quem eu pude conversar sobre e sabia como era a realidade daquilo”, disse a jovem.