Pé na estrada! Dicas para quem vai dirigir por horas

Você é daquelas que, quando viaja, leva praticamente o armário inteiro para não ser pega de surpresa com um convite de última hora? Então, é uma mulher prevenida, daquela que, como dizem, vale por duas. Mas não se esqueça de que, antes de arrasar no destino, a viagem precisa ser um sucesso. E algumas precauções simples podem garantir um trajeto tranquilo. Ouça os especialistas e pé na estrada!

A primeira providência é estar com toda a documentação em dia, porque sem ela você não poderá sair de casa. Inclua nessa papelada também um mapa com a rota pela qual você pretende seguir ou defina o percurso em seu GPS antes mesmo de ligar o motor. O manual do automóvel não deve ser esquecido. “Ele é a Bíblia do seu carro. Nele, você poderá saber quais são as peças que devem ser revisadas e como auferir um eventual desgaste que possa vir a atrapalhar a viagem”, ensina Eliel Bartels, gerente de recapagem da DPaschoal.

Outro passo é conferir se os itens de emergência estão em dia: triângulo, ferramentas, extintor de incêndio e estepe. Observe ainda todas as luzes de sinalização e as palhetas de limpeza do parabrisa. “Para itens mais técnicos como freio, suspensão e óleo, você pode fazer uma revisão numa oficina”, aconselha o especialista.

Para não sofrer imprevistos, vale se atualizar sobre incidentes longe da sua cidade com a sua seguradora. “Elas possuem cobertura nacional. Serviços como reboque, táxi para translado e pernoite em hotéis podem ser escolhidos”, enumera a consultora de seguros Luciana Santana, CEO da Life Insurance. Se viajar com o seu próprio carro é uma rotina, a diretora ensina: “Coloque isso na hora de comprar a apólice. Você vai poder ficar tranquila em casos de incidentes nas estradas”.

Com tudo certo, é hora de colocar a bagagem no porta-malas e seguir viagem. Atenção ao excesso de peso: ele influencia diretamente na autonomia do veículo. “O carro mais pesado, com o peso dos familiares e das bagagens, demanda um maior tempo de frenagem, por exemplo. A retomada da aceleração fica ligeiramente mais lenta”, explica Celso Alves Mariano, especialista em trânsito do Portal do Trânsito. Eliel aponta um dado que deve ser levado em consideração na hora de lotar o possante: “A cada 10% de aumento do peso que o veículo costuma transportar, o consumo dos pneus aumenta na ordem de 1%”.

Outra preocupação é com o transporte de bebês e crianças. Segundo o Código Brasileiro de Trânsito, cada faixa etária tem uma forma correta de trafegar. “Bebês devem andar no bebê conforto. Já crianças entre 1 e 4 anos devem utilizar a cadeirinha. Para as de 4 a 7 anos, são recomendados os acentos com elevação e, por fim, a partir dos 7 anos, utilizar o cinto de segurança no banco de trás”, detalha Mariano.

Condutores e conduzidos devem atentar para o sono e a alimentação. “Não adianta só ter uma quantidade de horas de sono, é fundamental ter qualidade ao dormir para evitar cochilos, que ao volante podem causar acidentes”, explica Glaucia Baêta, neurologista da Clínica do Sono. Identificada a sonolência, é hora de fazer a pausa. “No mínimo, quarenta minutos”, aconselha ela, acrescentando que a sonolência depende do perfil do condutor: “Existem os matutinos e os vespertinos. O ideal é viajar no momento em que você habitualmente está mais ativo“.

Comer demais não é bom para quem vai pegar a estrada. Segundo a nutricionista Marina Yasigi Solis, a famosa refeição reforçada antes de viajar pode ser uma inimiga. “Se você abusar de carboidratos integrais, como macarrão, a digestão pode causar sonolência na hora em que estiver dirigindo”, diz ela, que recomenda pratos leves, frutas secas e castanhas antes e durante a viagem.

Por fim, a paradinha providencial. Se o trajeto durar mais de duas horas, os especialistas recomendam planejar uma pausa. “A posição e o exercício repetitivo da direção são muito extenuantes. A regra geral é de, no máximo, duas horas e meia sem intervalo”, conta Celso. Em caso de viagem com crianças, invista em algum tipo de entretenimento dentro do carro para evitar maiores transtornos. “Existem joguinhos que podem fazer todos os integrantes do carro interagir e sem arriscar a segurança dentro do veículo. É importante que a criança não se movimente muito, mas se sinta entretida”, conclui a psicóloga Miriam Barros.